quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Gloriosa vitória da luz contra a treva | Bezerra de Menezes por Divaldo Franco


Filhas e filhos bem-amados! Que a paz de nosso Senhor Jesus Cristo permaneça em nossos corações!
Anoitece!…
Os dias gloriosos da ciência e da tecnologia de ponta estão sombreados pelas inquietações do sentimento humano que parece desvairar em toda parte. O inconformismo, o desespero e o sofrimento assinalam a geração presente como a consequência do mau uso do livre-arbítrio nos dias do passado.
Todos anelávamos que estas fossem as horas da paz, amparados pelo conhecimento libertador da ignorância que a muitos tem proporcionado conforto e bem-estar; raramente, equilíbrio e paz. A Barca Terrestre experimenta as ondas terríveis do mar agitado pelos conceitos da loucura e da desarmonia.
No entanto, Cristo vela e conduz, na condição de Nauta Divino, a embarcação ao porto de segurança. Provavelmente, algumas dores se farão volumosas e terrificantes. Sucede, porém, que as almas rebeldes somente aquiescem diante de sofrimentos que as submetem à diretriz da fraternidade e do amor.
O Espiritismo veio no momento próprio quando a filosofia desvairava em várias denominações no século das luzes. E hoje, novamente, a mensagem de redenção da Humanidade alcança as criaturas humanas com a filosofia do bem, como sendo a única que é capaz de proporcionar plenitude e esperanças quase não mais aguardadas.
Não desanimeis, não permitais que o mau humor e as injunções penosas que vos rodeiam os passos e tentam penetrar no vosso lar logrem o êxito que a invigilância, não raro, faculta. Tende tento e mantende-vos em equilíbrio interior quanto seja possível.
Este é o grande momento em que as Escrituras desde há muito prenunciam como da mudança que se vem operando e atingem a sua culminância.
Nas experiências vividas nestes dias, no encontro do Conselho Federativo Nacional, conseguimos pacificar os corações e apoiar as ideias iluminativas no clima do Cristianismo Primitivo.
Não podemos viver a Doutrina Espírita sem a ética moral do Evangelho de Jesus. A Humanidade tem sede de exemplos e está cansada de palavras.
Sois as cartas vivas do Evangelho e perseverai no objetivo sagrado de confortar os que choram, mas não apenas consolá-los, senão apontardes os caminhos pelos quais encontrarão a felicidade anelada.
São graves os testemunhos que todos nós, Espíritos desencarnados e encarnados em perfeita comunhão, deveremos oferecer, quais lograram os mártires das primeiras horas da fé cristã. Nesse passado que já vai distante, as perseguições vinham de fora para dentro. Agora, as angústias e as dores são do íntimo para fora, em razão das terríveis perturbações provocadas pelos inimigos da luz que se travestem de missionários de uma Nova Era. Sim, a Era Nova irá caracterizar a grandeza do amor na operosidade da caridade junto a Humanidade terrestre.
O Brasil prossegue convidado a desempenhar a missão que foi confiada a Ismael pelo Divino Mestre. E neste momento, turbado pelas paixões e pelos interesses vis, torna-se indispensável a serenidade da fé para que sejam enfrentados os terríveis vírus da crueldade, do materialismo e da indiferença pelo amor às forças vivas da Natureza culminando na criatura humana.
Vós perguntais por que estamos em um momento tão difícil de violência e deveremos agir como mansos e pacíficos se tudo nos chama a definições drásticas da violência que cada dia é mais perversa?!
O exemplo é Jesus, o Cordeiro de Deus imolado numa cruz de vergonha que Ele transformou em asas para a sublimação de todos os espíritos.
Não tergiverseis nem permiti-vos enfraquecer na luta. É o fogo que purifica os metais, que dá resistência à argila e que modifica as paisagens.
É a dor a mensageira que Deus oferece àqueles aos quais ama de tal forma que, assinalados pelo ferrete do sofrimento, não tem outra alternativa senão a marcha na direção do calvário sublimador.
Poderia parecer que se trata de uma proposta masoquista em que a dor é preferencial. Não se trata desta questão patológica. A Terra ainda é o planeta de provas e expiações e todos nela nos encontramos à busca do depuramento da inferioridade que teima em permanecer como herança perigosa das fases que já deveriam estar ultrapassadas, e não foi conseguida essa vitória. Mas, logo depois da noite tenebrosa suavemente a madrugada irisa com as estrelas da alegria em um amanhecer de bênçãos e confortos para a vida gloriosa da imortalidade!
Filhas e filhos do coração! Não fostes vós que vos candidatastes, foi o Senhor da Vida que fez um giro ao entardecer e convidou-vos à última hora para a Seara de Redenção. Alegrai-vos porque o vosso será o mesmo salário dos heróis da hora primeira e exultai porque já vos encontrais ao lado do Dono da Vinha que logo mais estará convocando-vos para a prestação de contas e ireis apresentar o glorioso resultado da vitória da luz contra a treva.
Estais sob cuidados especiais. Não só de Ismael, mas de toda a equipe que zela pelo planeta neste momento decisivo, um dos mais graves da história da Terra: o grande salto para a Era da Felicidade.
Em nome dos Espíritos-espíritas, que estão convosco inaugurando o período da compreensão das diferenças, da compaixão pelos adversários, do entendimento dos opositores, com a disposição de abraçá-los a todos para apresentar-lhes ao Mestre, condutor do rebanho no qual vos encontrais, rejubilamo-nos e exaltamos Aquele que permanece o caminho na busca da verdade e da vida que é Jesus.
Muita paz, filhas e filhos do coração! É o que vos deseja o amigo paternal e humílimo de sempre,
Bezerra.
Muita paz!

* (Mensagem psicofônica ditada pelo Espírito Bezerra de Menezes ao médium Divaldo Pereira Franco em 10 de novembro de 2019, no encerramento da reunião ordinária do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira realizada em Brasília, DF). Mensagem revisada pelo autor espiritual.

Fonte: Federação Espírita Brasileira


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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

DIVALDO FRANCO FALA SOBRE O DIA DE FINADOS



O calendário reserva o dia 2 de novembro para a memória das pessoas que desencarnaram.
Nesse dia, as recordações fazem-se mais vivas e não poucos afetos que ficaram na Terra buscam os cemitérios para as homenagear. Limpam-lhes as sepulturas, adornam-nas com flores e fotos, visitam-nas.
Em alguns países, como o México, são realizadas festas que fazem parte do calendário tradicional de homenagens e são celebrados momentos evocativos com imensa alegria e todo um arsenal de atividades, de alimentos especiais, de jogos infantis e adultos, de música e baile...
Na Guatemala, usam-se pipas que colorem os céus numa celebração muito especial.
A tradição de origem católica remonta ao século II dC, quando os cristãos recordavam os mártires e oravam por eles em um culto de ternura, respeito e saudade. Foi mais incrementada a comemoração a partir do século X quando o abade Odilo de Cluny sugeriu na sua igreja que se celebrasse a memória dos mortos, porque notou que os mesmos eram esquecidos e sequer se orava por eles.
Houve períodos em que possuía uma grande força religiosa tal celebração, porém, à medida que os anos sucederam e os hábitos foram modificados, diminuiu o impacto, permanecendo até hoje, especialmente no Brasil, quando o dia é feriado, para facilitar a comemoração.
Allan Kardec, interrogando os Espíritos a esse respeito, deles recebeu uma resposta gentil, de que eles se compraziam ao serem lembrados e evocadas muitas experiências do passado de que participaram.
Merece, porém, algumas considerações, quando pessoas fragilizadas pela saudade, que não souberam viver o luto, deixam-se dominar pela tristeza e melancolia perturbadora, como se a vida houvesse terminado no momento em que houve a desencarnação do ser amado.
A grande verdade é que a imortalidade é um triunfo da vida.
A morte não aniquila os seres, apagando a sua realidade ou anunciando que logo depois vem o repouso em paz.
Cada qual, porém, desperta no Mais Além com os valores que lhe são peculiares, qual ocorre com o dia-a-dia de todos nós. O dormir, faz-nos lembrar o morrer e o despertar na manhã seguinte, como o ressurgir além do sepulcro.
Eis porque se torna muito importante a conduta saudável durante o périplo terreno, amealhando valores que servirão de bênçãos após a desencarnação. Esse culto carinhoso aos que viajaram em direção da Espiritualidade pode ser um estímulo para que as suas lembranças auxiliem aos que ficaram a viver dignamente em sua homenagem.
A morte sempre foi temida e detestada. Embora todos saibamos que iremos morrer permanecem teorias absurdas e superstições acabrunhadoras.
Morrer é somente fenômeno biológico que liberta o Espírito da matéria. Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 31 de outubro 2019. Fonte: Mansão do Caminho

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quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Rossandro Klinjey sugere equilíbrio entre o excesso de críticas e elogios na educação dos filhos por Felipe Gurgel

Consultor do programa "Encontro com Fátima Bernardes" (TV Globo), o psicólogo e palestrante observa, nesta entrevista ao Verso, que é preciso reintegrar a noção de limites na criação dos filhos

Quem olha para o paraibano Rossandro Klinjey, 47 anos, como consultor do programa Encontro com Fátima Bernardes (TV Globo), mal vê o percurso que fez o psicólogo se tornar uma referência na ciência do comportamento. Após 18 anos de atendimentos na clínica, mestrado na área e a experiência de lecionar para estudantes de Psicologia, Klinjey tem popularizado sua fala junto à audiência televisiva e ao público interessado em desvendar dilemas comportamentais por meio de vídeos no You Tube.
Na última quarta (16), Rossandro esteve em Fortaleza e conduziu a palestra "Limites na educação: uma prova de amor" no Teatro RioMar. Há dois anos, o psicólogo passou a encarar uma turnê de palestras. Hoje, ele participa de uma média mensal de 22 eventos, e passa os outros seis dias do mês em Campina Grande (PB), sua terra natal, onde reside.
O psicólogo observa que hoje procura refletir sobre a educação de filhos diante de um meio-termo. Ele percebe que tanto o excesso de críticas, quanto, no outro extremo, uma grande quantidade de elogios, não funcionam para formar adultos mais equilibrados.
"Os pais são humanos e fazem o que podem, aquilo que eles receberam. Mas à medida que você tem um adulto que se destrói absolutamente num luto, que não consegue se recompor após a perda de um emprego, por exemplo, tem de base aí uma disfuncionalidade na educação", analisa o psicólogo.
Ao ver essa "disfuncionalidade" como algo comum dentre os pacientes que o procuravam na clínica, Rossandro Klinjey se movimentou para divulgar orientações que contornem a situação: "o que falo é baseado em pesquisas do comportamento humano. Não é a minha concepção sobre educação de filhos, é a das ciências psicológicas".

"As pessoas não nascem com transtornos emocionais. Elas podem ter algum aspecto congênito, como o espectro autista. Mas a criança não nasce com depressão, histeria, ansiedade. Isso é fruto da educação, por mais que não se trate de 'culpar' os pais por isso", complementa o terapeuta."

Elogios
Rossandro Klinjey identifica na linha do tempo quando o excesso de elogios passou a ser adotado como estratégia de educação dos filhos. Dos anos de 1960 pra cá, a abordagem foi abraçada pelos pais que, quando foram criados, tiveram de lidar com falas depreciativas. "Você não sabe de nada", "seu idiota, cale a boca", "quem você pensa que é?".
Quem escutou algo desse naipe em casa, reforça o psicólogo, encontrou no elogio uma saída para não traumatizar a geração posterior. "Só que isso mostrou que não funciona. Se quando seu filho tira uma nota boa, você elogia e diz que ele é inteligente, você cria um problema. Porque quando ele tirar uma nota ruim, o que ele vai achar? Que é burro. Mas os pais podem dizer que o filho tirou uma nota boa porque se esforçou. Daí quando ele tirar uma nota ruim, aquilo não vai afetar o ego dele. E ele (o filho) verá que poderia ter feito diferente", observa Rossandro.
Celular
Sobre como o uso exagerado do celular tem preocupado os pais, Rossandro reforça que os adultos precisam olhar, primeiro, para os próprios hábitos nesse sentido, antes de orientar os filhos. "Eu não posso pedir a um filho aquilo que não estou fazendo. Entendo que o celular é algo muito novo na nossa história social, os smartphones têm 11 anos. Só que a gente está fugindo para o virtual e ignorando o real. Isso está afetando casamentos, e a educação dos filhos também".
O terapeuta acrescenta que não se trata de os pais "demonizarem" o celular e vetarem o uso 100%. E sim de criarem situações em que o grupo familiar possa interagir sem o uso da tecnologia. Fazer refeições juntos ou aproveitar o deslocamento de casa até a escola para conversar olho no olho são saídas possíveis.
"Na raça humana é assim: a gente começa se lambuzando com a novidade, e depois vem o preço. O Instagram tirou o botão de curtidas, porque isso gerava sofrimento psicológico a partir das comparações sociais. Os pais precisam decidir ter contato e limitar o tempo de uso dos filhos no celular", sugere.
Superproteção
É possível, então, distinguir uma atitude de "superproteção" da acolhida necessária para a criação dos filhos? O terapeuta retoma a noção de equilíbrio. Segundo Rossandro, os pais devem proteger, amar, cuidar, sem deixar de "empoderar" as crianças gradualmente.
"Pego voo o tempo inteiro, então observo o comportamento das crianças em aviões. Há meninos de 4, 5 anos que podem puxar sua própria malinha, com os pais do lado. Então deixá-lo puxar a mala não é abandoná-lo, é perceber que ele pode participar dessa viagem".
Segundo o terapeuta, prestando atenção com cada pequena situação dessas, os pais preparam os filhos para terem autonomia e viverem sem a proteção um dia. "Tenho de pensar em como o cuidado que dou hoje não vai estragar a autonomia de amanhã. Um dia a gente morre, e o nosso filho vai ter de lidar com isso. É a realidade da vida".

Fonte: Diário do Nordeste


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terça-feira, 27 de agosto de 2019

O Problema da Dor e a Antifragilidade do Espírito Humano por Jaime Ribeiro




Uma nova perspectiva espírita sobre o sofrimento.

Por Jaime Ribeiro


Se, desde as primeiras estadas na terra,  a alma vivesse livre de males, ficaria inerte, passiva, ignorante das coisas profundas e das forças morais que nela jazem. Leon Denis 


A vida humana é composta de prazeres e dores. Ambas necessárias a educação do espírito em evolução.
Imaginar uma vida só de prazer é um delírio infantil, egocêntrico e egoísta.
Por não compreendemos perfeitamente as leis do universo, muitas vezes somos compelidos a acreditar que somos capazes de coordenar as emoções e reações dos outros, controlando o impacto dessas ações em nossa existência.
Desejamos uma vida perfeita na qual a dor fosse suprimida e pudéssemos gozar de um paraíso particular adquirido sem grandes esforços.  Contudo, sem o concurso da dor, não é possível que a vida humana seja completa e plena. O sofrimento é a ação da vida para quebrar os nossos estreitos conceitos individualistas e expandir o espírito humano para que rompa os limites que aprisionam seu potencial divino.

Pelo exercício da dor e do sofrimento deixamos de ser criaturas frágeis para nos tornarmos seres Antifrágeis.
Para explicar o que isso significa me apropriarei de um conceito criado pelo autor libanês Nassim Taleb.
Para você entender o conceito de antifrágil é preciso primeiro definir o que significa ser frágil, que seria algo que quebra ou se danifica quando submetido à pressão de um agente externo.
Diferente do que costumeiramente se pensa o contrário de frágil não é rígido- nosso idioma, muito menos qualquer outro idioma conhecido, não possui uma palavra para expressar o antônimo da palavra frágil- coisas rígidas ​​são aquelas resistentes, capazes de suportar situações extremas sem se alterar. Nem perdem nem ganham com elas. Não se danificam diante de estressores externos, mas também não se transformam em algo melhor quando impactados por esses.
Antifrágil é oposto de frágil. É algo que melhora quando está diante de uma situação inesperada, estressora ou até mesmo caótica. É algo poderoso capaz de torna-se melhor diante dos piores cenários.
O nosso espírito humano é um exemplo divino do que significa ser Antifrágil.
Essa é a razão porque Jesus nos disse  Bem Aventurados os Aflitos, pois que serão consolados, no Sermão da Montanha.
Para os mais atentos em relação às sequências do Evangelho, é possível se perceber que não foi por acaso que após aquela lição atemporal, ele acrescentou: Vós sois o Sal da terra (M 5:13) e Vós sois a Luz do mundo (M 5:14).
Só estaremos verdadeiramente preparados para nos tornarmos o Sal da terra e a Luz do Mundo se não formos frágeis a ponto de perdermos o nosso valor ou apagarmos nosso brilho divino diante das intempéries da vida.
Jesus em momento algum falou que deveríamos aguentar o sofrimento sem coragem e bom ânimo.
Como diz Leon Denis: pelo sofrimento aprendemos a humildade, a indulgência e a compaixão, qualidade primordiais do equilíbrio das pessoas verdadeiramente fortes.

Essas habilidades nos preparam para uma compreensão mais nítida de como devemos nos comportar diante de outras criaturas humanas, deixando para trás traços primitivos, que foram importantes para nossa proteção e sobrevivência na passagem por experiências primitivas, mas que serão desnecessários na nossa jornada rumo à planos melhores do que o que hoje habitamos.

Por isso, sermos antifrágeis é a resposta mais apropriada para a grande pergunta filosófica que atravessa os séculos: por que sofremos?

Sofremos para nos transformarmos em criaturas melhores, para sermos capazes de compreender as grandes lições da vida e nos tornamos Espíritos Antifrágeis.
Existem vários exemplos de pessoas que realizaram grandes feitos após passar por grandes dificuldades e provações da vida. Não se deixaram abalar pela dor e pelos ofensores que acreditaram que o abateriam e saíram de situações caóticas e dolorosas mais fortes e capazes do que eram anteriormente.

É assim que todos nós devemos reagir diante de  nossas dores. No meio do pranto e da incerteza, devemos lembrar de nossa condição divina e ajustar a nossa reação para nos prepararmos para uma vida melhor.

A diferença de quem compreende a dor e responde à natureza espiritual antifrágil e aqueles que se fragilizam demostrando arrogância, dureza de coração e revolta, é a capacidade de realização pós-trauma. Enquanto não sairmos mais fortes dos campos do sofrimento humano, a vida repetirá as lições para que aprendamos e nos preparemos para nossa maior proporção espiritual.

O ser humano endurecido ou o fragilizado experimentam a mesma versão de controle de sua jornada evolutiva. Precisam romper barreiras de compreensão para alcançarem caminhos evolutivos mais encurtados.

Experimentamos a dor porque ainda existe uma desproporção entre nossa fragilidade e o conjunto de todas as forças universais que nos cercam. Somos incapazes de assimilar nitidamente todos os mecanismos e leis que influenciam a vida humana. Somos crianças que desejam ser santos.

Apesar de boa parte das verdades divinas estarem sendo reveladas pela Doutrina Espírita e sabermos que estamos submetidos à leis perfeitas, conhecer alguns princípios e estuda-los não é suficiente para que possamos concluir nossos ciclos de sabedorias necessárias ao progresso espiritual.

Sem a dor não estaríamos prontos para vivenciar experiências mais sofisticadas do nosso destino espiritual, regido pela Lei do Progresso. Continuaríamos inertes e ainda seríamos espíritos frágeis e distantes de nosso potencial divino.

O espiritismo nos dá a melhor explicação sobre a razão de nossos sofrimentos. Libertando aqueles que se prenderam à doutrinas deterministas e acreditavam que eram miseráveis e esclarecendo àqueles que não encontram racionalidade ou justiça na dor. As múltiplas existências e a Lei do Progresso são ensinamentos que atenderam aos que ansiavam por explicações mais consistentes no campo da fé.

Só por meio das turbulências da vida seremos capazes de nos preparar para sermos cocriadores divinos de nossa melhor versão.
Como disse Paulo aos Hebreus: depois que fostes iluminados, suportastes grande combate de aflições.
Precisamos ter bom animo para desenvolvermos a nossa melhor versão após os piores momentos de nossas vidas. Sigamos o rumo da nossa evolução espiritual.
Lembremos que somos todos Antifrágeis!








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sexta-feira, 10 de maio de 2019

AS PALAVRAS SAGRADAS | POR JAIME RIBEIRO



Existem três palavras sagradas que estão interligadas na vida: Amor, mãe e família.

Quando penso nessas palavras outra segue muito forte na mente: dedicação.

O amor é um sentimento tão sofisticado que necessita de fundamentos prévios de outros sentimentos para que ele ocorra; como o respeito, por exemplo. O amor não acontece. Ele se constrói com dedicação ao outro e afetividade para viver ao lado do diferente, buscando o equilíbrio entre ser feliz e fazer o outro feliz. Amor sem dedicação ao outro é um delírio de espera pela felicidade.
Mãe. Essa palavra carrega toda força da criação, da divindade e da vida. Por isso a partir desse presente especial dado às mulheres é que se alicerça a obra de Deus. Por isso é impossível separar a dedicação, da maternidade e do propósito maior da natureza que é a perpetuação da vida. Ser mãe é se dedicar ao outro prioritariamente. Toda maternidade é santa.
Família é tudo. Isso não é apenas uma frase de tatuagem ou algum mantra repetido para quem se frustra emocionalmente na rua e busca conforto na lembrança de sua condição de pertencimento junto aos entes queridos.
Família é um laço criado sobre a base das duas outras palavras sagradas.

Ao decidir criar uma família, o ser humano se propõe a participar da força motriz da vida. Decide dedicar amor a outro ser e atravessar a tumultuada jornada da vida se dedicando a um propósito divino, pondo em prática todas as habilidades humanas que são convocadas para harmonizar o lar quando nossas inabilidades se apresentam na realidade da rotina.

Sempre bom lembrar que sem dedicação não existe amor, mães ou famílias. 
Sem dedicação a vida torna-se um conjunto de possibilidades temporárias e frustradas.

A dedicação é amor, é mãe e é família.

Feliz dia das Mães!




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terça-feira, 30 de abril de 2019

O ESTUDO DO ESPIRITISMO NA ERA DIGITAL - O FUTURO JÁ COMEÇOU POR JAIME RIBEIRO



Com as transformações trazidas pela era digital de quem é o papel de escolher o que é relevante e sério para o estudo e divulgação do Espiritismo?

“Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um período de transformação e que a Terra tem que se elevar na hierarquia dos mundos, nada de místico vejais nessas palavras; vede, ao contrário, a execução da uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda a má vontade humana.” 
ARAGO. A Gênese –Cap. XVIII - Sinais dos tempos


Atualmente, a descentralização dos focos de informação vem mudando a dinâmica do aprendizado e ainda vai continuar impactando significativamente o processo de divulgação de qualquer conteúdo produzido ao redor do mundo.
Como não poderia ser diferente, a mesma dinâmica se aplica aos nossos estudos doutrinários espíritas.
Desde o início da codificação espírita, em 18 de abril de 1857, nunca foi produzido tanto conteúdo doutrinário, como agora, inclusive em vários formatos diferentes.  Já contamos com várias iniciativas em plataformas como Youtube, facebook e Instagram, que divulgam e propagam a nossa doutrina.
Surpreendentemente, algumas redes sociais como o Instagram, apresentam atualmente perfis individuais como @cantinho_espírita, @aquelejovemespirita e @espiritismo24h, com  maior engajamento com o público do que perfis online de instituições tradicionais do movimento espírita, incluindo algumas federativas. Até mesmo alguns dos palestrantes mais queridos e requisitados pelos grandes eventos, não possuem tanta “relevância digital” como algumas pessoas que ainda não são conhecidas no movimento espírita e administram seu espaço digital de divulgação e propagação da terceira revelação.
A nova dinâmica trazida pela internet proporciona a oportunidade de revelar talentos que, muito provavelmente, não teriam a oportunidade de compartilhar seu trabalho em uma escala como a que a rede mundial oferece. Este fenômeno aconteceu primeiramente no mundo do entretenimento e recentemente chegou ao plano de propagação de ideias humanistas e espiritualidade.

A revolução digital vem afetando a forma como nos relacionamos, mas também vem empoderando indivíduos e descentralizando o poder de influência e formação de opinião que era quase sempre uma exclusividade de organizações estruturadas ou pequenos grupos de pessoas a serviço dessas instituições.


 É intrigante pensar que nos tempos atuais, um jovem estudioso do Espiritismo que mora em Luzilândia, no interior do Piauí, tendo na mão um smartphone conectado na internet, tem mais acesso a conteúdo doutrinário e estudos científicos em sintonia com a Doutrina Espírita, do que o presidente de uma federativa tinha no ano de 1990. O tempo que um grande estudioso do espiritismo levava para pesquisar, confrontar ideias e encontrar referências relevantes para uma palestra ou trabalho foi reduzido de anos para alguns dias ou até mesmo horas de dedicação. Isso é uma revolução no processo de criação do pensamento espírita.
No início do ano eu fiz uma visita a casa onde morou Chico Xavier, em Uberaba. Uma matéria da Revista do Espiritismo que estava colada na parede me chamou muito a atenção. Ela dizia que as religiões não poderiam mais prescindir do rádio e da televisão e que sem o concurso da moderna tecnologia o ideal da evangelização seria uma quimera.
Apenas para fazer uma comparação, o Youtube iniciou suas atividades em 2005 e o facebook em 2004, mais ou menos na mesma época da matéria, mas estavam longe de assumir o protagonismo que hoje ocupam no consumo de mídia. Apenas em 2007 o Iphone foi lançado. Todos nós sabemos o que aconteceu após a sua apresentação. O smartphone da empresa apple impactou o mundo de uma forma como poucas inovações tecnológicas fizeram.
Isso leva a crer que nossos irmãos que estavam discutindo a difusão da Doutrina e o papel do rádio e da TV ao processo de unificação, assim como todo mundo, não faziam ideia da revolução digital que estava prestes a acontecer em poucos anos.  
Há algumas décadas, estávamos discutindo a importância do papel do rádio e da TV para a divulgação doutrinária, imaginem se devemos rediscutir isso agora, já que podemos usar a rede para nos conectar com o mundo todo a baixo custo.
O nosso trabalho principal agora é nos capacitarmos para entender o que é relevante ou não para as pessoas.
A diferença em relação às décadas passadas é que essa função de decidir o que é importante e o que merece a nossa atenção já não é mais tarefa de qualquer instituição. Em um mundo com abundância de informação e conteúdo quem desejar decidir o que deve e o que não deve ser lido, ouvido ou discutido, não poderá mais alcançar esse objetivo.
A era digital inaugurou o tempo do protagonismo individual. Pessoas e instituições são capazes de produzir e propagar conteúdo na mesma proporção. Quem vai decidir o que é bom e importante é o público alvo. No nosso caso, o espírita que está conectado nas plataformas digitais e consome palestras, textos e podcasts.
Bom saber que hoje, com o concurso da tecnologia digital, todos estão a apenas poucos cliques de juntar as últimas conquistas da ciência, as grandes análises filosóficas e o conteúdo da Doutrina Espírita.
A codificação e as demais obras de Kardec, por exemplo, já estão disponíveis na palma das nossas mãos após o lançamento do APP da Kardecpedia, no final de 2018. Todos os volumes produzidos pelo codificador cabem agora no nosso bolso e estão conosco em toda parte.
O grande legado da evolução tecnológica atual é empoderar o indivíduo.
Atualmente, cada um de nós possui mais poder para fazer nossa parte na transformação do mundo, do que as gerações passadas. A era digital nos deu acesso a um potencial de realização e criatividade que facilita a nossa tarefa como espíritos encarnados em uma era de transição planetária. Por isso relembro sempre que temos um papel importante nesse processo de transição planetária. Nunca houve uma geração com tanta capacidade de levar espiritualidade para tantos corações em uma velocidade que acompanha a urgência do momento.
A pergunta que nos vem à mente agora é: “como vamos lidar com essas mudanças e com todas essas informações?” Como disse François Arago, “as leis fatais do universo quebram toda a má vontade humana”. O que nos indica que não importa o que achemos do progresso humano, ele é uma lei natural de Deus e vai seguir seu curso mesmo diante de nossos protestos e incompreensão.
Precisamos aproveitar todas as possibilidades da tecnologia a nosso favor. Não há mais espaço para advertências como “aquele perfil do Instagram não deve ser seguido porque não está de acordo com os princípios doutrinários”, ou  “aquele blog não tem a homologação ou selo de uma instituição doutrinária reguladora”.
Espero que eu não seja a primeira pessoa que vai contar isso para o Movimento Espírita, mas o tempo de seleção particular, de exclusividade de curadoria e “validação de autenticidade” para os conteúdos doutrinários, acabou.
O poder de dizer para as pessoas o que elas fazem ou deixam de fazer está passando por transformações em todas as instituições humanas. Até mesmo porque o papel do que chamamos de poder não é apenas apontar o que deve ou não ser feito por todo mundo. Existe também uma função social que organiza comunidades e unifica as pessoas em torno de um propósito comum.
As instituições que faziam o trabalho de dizer se uma obra, um palestrante ou até mesmo uma editora são confiáveis, precisam olhar para dentro e compreender melhor seu novo papel na propagação e divulgação do Espiritismo.
Em um mundo no qual a censura à produção de conteúdo tornou-se impossível, a validação e avaliação de milhares de publicações disponibilizadas diariamente já não faz sentido. Faz-se necessário que as casas facilitadoras do movimento consigam ressignificar a importância de algumas tarefas prioritárias. A mais importante delas é gerar mais conteúdo para de alguma forma se posicionar contra os devaneios e a ignorância doutrinária.
Dizer se um livro deve ou não ser lido e vendido nas casas espíritas ou se um palestrante deve ou não falar em algumas instituições, tornou-se tarefa impossível. Para cada livro proibido surgem dezenas de conteúdos sobre os mesmos na internet e para cada palestrante classificado como indevido por uma instituição, existem milhões de likes que o recomendam e  o endossam para o mundo.

Hoje em dia, ao invés de nos preocuparmos em fazer o controle de todo conteúdo doutrinário produzido no mundo, precisamos nos ocupar em ensinar os indivíduos a fazer análises críticas do que está sendo produzido e estudado. Obviamente, utilizando como base a codificação e as principais obras espíritas complementares. Esse é o nosso papel.


Nessa nova configuração de relevância e conexão com o público, em especial com as novas gerações, tornou-se mais importante que uma instituição representativa e séria se ocupe em gerar o máximo de conteúdo relevante do que insistir em classificar e validar o que é “puro” e fundamentado do ponto de vista doutrinário.
Disponibilizar todo conteúdo já produzido pela Doutrina Espirita em novos formatos e liderar novas produções de colaboradores independentes é uma tarefa prioritária para as grandes instituições que precisam cuidar para não se tornarem irrelevantes em alguns anos.  
Sabemos que a humanidade nunca foi muito precisa em prever o que aconteceria no futuro. Ao longo da história, sempre falhamos quando tentamos construir essas narrativas. O que leva a crer que essa tarefa é ainda mais desafiadora atualmente, devido à velocidade da transformação digital. De toda forma, imaginar um futuro para a maneira como vamos estudar o Espiritismo em alguns anos, é uma tarefa tentadora, e de certa forma necessária, para um tempo de tantas transformações no mundo.
A abundância de novas informações e a dependência do mundo digital, já é um fato. Nunca tivemos tantos livros, vídeos, podcasts e blogs disponíveis como hoje.
Com tanto conteúdo acessível e uma completa descentralização de influência e análise doutrinária proporcionada pelas novas tecnologias, continuar querendo apontar o que é relevante parece ser uma missão impossível para as lideranças do movimento espírita atual. Por isso, conscientizar os espíritas, em especial os mais jovens, da necessidade da consulta sistemática e recorrente às bases da Doutrina Espírita, é uma tarefa urgente.

No mundo do excesso de informação, a formação é mais poderosa do que a censura.

Por isso, defendo que o caminho é gerar conteúdo bom e relevante para pessoas que tenham a capacidade de analisar qualquer coisa de forma crítica.  Afinal, ensinar a pensar por conta própria é mais poderoso do que vendar os olhos ou tentar diminuir ou ser intolerante com o que é diferente do que acreditamos. Nossos antepassados não foram muito felizes quando seguiram esse caminho no processo de defesa da propagação da primeira e da segunda revelação da lei de Deus.
Muito provavelmente, em um futuro próximo, não estudaremos tão frequentemente a Doutrina por meio de estudos sistematizados com leitura de livros de forma continuada, como é feito por muitas instituições. Acreditamos que é necessário o desenvolvimento de um currículo que abordará todos os pilares do Espiritismo e exigirá uma complementação sociointeracionista.
Certamente, a preparação dos planos de estudo utilizarão artigos científicos, estudos sociológicos e notícias do cotidiano, que serão analisadas junto com as consultas doutrinárias feitas em uma aplicação dotada de inteligência artificial*, instalada em nosso celular.
 Sim, usaremos celulares nas reuniões espíritas e eles não vão atrapalhar a nossa harmonia, porque operam em uma frequência completamente distinta da “banda espiritual”. Não se preocupem.
Aliás, não há mais espaço para avisos que circulam em algumas instituições: “o uso do celular é proibido dentro do centro”. Não estamos falando do futuro. Estamos falando dos tempos atuais. Devemos conviver com a tecnologia e usá-la com bom senso em todas as ocasiões. Isso inclui as casas espíritas e a mesa familiar.

A tecnologia é amiga do homem, mas nem sempre o homem é amigo da tecnologia.

A Inteligência Artificial selecionará os conteúdos mais relevantes produzidos no movimento espírita sobre o tema desejado e indicará outros estudos disponíveis produzidos ao longo da história da humanidade, em todos os campos do conhecimento humano. Exatamente como Kardec fez. Ele teve muito trabalho para fazer essa tarefa. Hoje em dia é bem fácil para nós.
A única coisa que nos impede de seguir o pensamento crítico do codificador é se nos tornarmos obsoletos em nosso próprio tempo, algo que ele jamais se permitiria. Kardec era um homem a frente do seu tempo, analisava os ensinamentos tradicionais, mas olhava para os próximos séculos. Diferente de nós, que de certa forma já vivemos no futuro e algumas vezes nos aprisionamos as formas do passado.
Não estamos falando aqui em coisas que serão possíveis apenas em um futuro distante. Toda essa tecnologia já está disponível para outras frentes de estudos e pesquisa.
Atualmente, temos o Aplicativo Kardecpedia  já aponta o início dessa  inovação na metodologia de estudo e acesso à Doutrina Espírita.
O mais fascinante de todas essas reflexões e hipóteses é saber que, apesar de estarmos caminhando para um futuro que se mostra mais imprevisível do que nunca e de estarmos lidando com tanta disrupção comportamental e tecnológica, já temos algumas certezas. A mais importante delas é que nesse futuro imaginado em nossas previsões, o retorno à sabedoria de Allan Kardec é mandatório para compreender o futuro do estudo do Espiritismo. O codificador nos ensinou a submeter tudo à base da universalidade dos ensinamentos dos espíritos e ao crivo da ciência. Continuaremos fazendo isso e nos apoiando em todos os ensinamentos de sua obra e do seu pensamento crítico.
A integração das obras básicas e sérias da Doutrina Espírita com o conhecimento científico atual e os caminhos de transformação do planeta precisam ser feitas imediatamente. Não é possível estudar e viver as leis naturais olhando apenas para o passado e vivendo como se estivesse no passado. As nossas referências são nossa base, mas a lei de amor está diluída de forma atemporal e a humanidade não precisa se aprisionar para poder seguir em segurança. O “bom senso encarnado” tem muito a nos ensinar sobre isso.
Kardec viveu como um homem que estava além do seu tempo e usava todas as tecnologias e informações disponíveis em sua época para construir e propagar a codificação. Isso me enche de certeza e esperança sobre o futuro da Doutrina Espírita no mundo.
Se Kardec iniciasse hoje a sua obra contaria com um canal no Youtube, dominaria todas as ferramentas de divulgação digital, usaria as redes sociais com sabedoria e certamente publicaria a codificação em formato digital, antes mesmo de disponibilizá-la em papel. Tenho certeza que ele faria palestras e pesquisas “antenadas” com as tendências do mundo, focadas na compreensão do mundo do agora e na relação do conhecimento atual com os ensinamentos dos espíritos. Arrisco a dizer que ele iria além: submeteria aos espíritos todos os conceitos de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade da atualidade.
Se o codificador estivesse encarnado, não pediria para ninguém desligar o celular ao longo de um estudo doutrinário. Ele recomendaria essa ferramenta para que todos pudessem ir mais longe a suas pesquisas e contribuições. Tudo com bom senso, claro. Como ele sempre fez.
Como eu consigo fazer essa cogitação? A resposta é muito simples. Basta estudar a codificação e as edições da Revista Espírita para saber que ele era completamente envolvido com todas as novidades científicas da época. Por que seria diferente hoje?
O que nos faz crer que devemos continuar estudando, divulgando e publicando o Espiritismo como se vivêssemos no século passado?
Para fazer a Doutrina Espírita alcançar o seu papel na transformação do nosso mundo, se faz necessário que nos libertemos da ficção de pensar nela de forma estática.
Apesar de sermos adeptos de uma Doutrina do século XIX, estudada em instituições que se formaram no século XX, somos pessoas que vivem e estudam no século XXI.  Não podemos ignorar isso sob a pena de sacrificarmos a nossa tarefa de edificadores da regeneração.
Obviamente isso cria um novo desafio no formato pedagógico e na dinâmica de convivência no movimento espírita. Mas temos que enfrentar os nossos desafios sem medo.
O codificador nos alertou que a Doutrina sempre acompanharia a ciência. Por isso, precisamos refletir sobre a manutenção de algumas práticas de estudo e divulgação que mantemos desde o século passado.
A pedagogia atual está fazendo um esforço enorme para se adequar à essa nova realidade. Precisamos segui-la imediatamente. A educação é a força mais poderosa para a transformação do mundo. Certamente estamos todos de acordo que vivemos em uma grande escola na qual o Espiritismo tem a missão de educar almas na função do cristianismo redivivo.
O mundo da educação tem debatido exaustivamente para encontrar o modelo de escola e consumo de conteúdo para o nosso tempo. Por toda parte surgem novas Startups, que são empresas inovadoras e disruptivas*, com a missão de encontrar o formato ideal de educação do século XXI e romper com o modelo tradicional que parece não atender mais as necessidades das novas gerações.
Por que também não montamos startups vinculadas às federativas para estudar e apontar novas práticas de estudos alinhadas com o que os estudiosos chamam de habilidades do século XXI? Seria uma iniciativa importante para o futuro da humanidade. Esses núcleos poderiam ter a função de atualizar e testar modelos e práticas para nós.
Que tal incluir a tecnologia no processo de aperfeiçoamento dos nossos atendimentos fraternos? Podemos utilizar de dados e informações para orientar um acompanhamento mais assertivo.
Os espíritos amigos continuarão nos intuindo e influenciando, mas eu tenho certeza que vão ficar muito felizes em constatar que já temos dados e análises suficientes para auxiliá-los nessa tarefa. Eu já tenho um estudo sobre isso que apresentarei aqui no blog da editora Intelítera em breve.
De toda forma, não importa o que acontecerá no mundo nos próximos tempos. A Doutrina Espírita e sua base inabalável, ditada pelos espíritos superiores que enxergavam muito além do nosso tempo, permanecerão iluminando todos os campos do conhecimento humano. Quem leu a codificação antes dos anos 90 e releu recentemente, sabe exatamente sobre o que estou falando. A cada tempo que passa, entendemos com mais clareza as mensagens deixadas pelos espíritos para nos explicar as leis universais e suas aplicações atemporais. Também somos surpreendidos em constatar como a nossa compreensão ainda é limitada devido ao nosso acesso científico restrito.
A Codificação Espírita é o “spoiler” de todo conhecimento humano dos próximos séculos. Sem sombra de dúvidas.
A aliança da ciência e da religião já está se dando no campo dos estudos psicológicos modernos e em breve se dará em outros campos do conhecimento humano.
Sinto uma profunda alegria em olhar para frente e ter certeza que Allan Kardec foi atual ontem, ainda o é hoje e continuará sendo amanhã. Sua obra será sempre a nossa base e fortaleza para construção da Nova Era da humanidade.
Façamos como o nosso codificador, usemos a tecnologia de nosso tempo para estudar, compreender e divulgar a nossa Doutrina maravilhosa.

Jaime Ribeiro







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