sábado, 27 de fevereiro de 2016

O PODER DO EXEMPLO - DIVALDO FRANCO


Todo indivíduo que gosta de literatura certamente leu as obras notáveis de Leon Tolstoi, o grande escritor russo de Guerra e Paz e Ana Karenina, ficando profundamente tocado pela sua beleza mágica.
O notável escritor, porém, escreveu muito mais obras que o destacaram na condição de um dos maiores do seu país e, por extensão, do mundo.
Não obstante, o livro pelo qual tinha mais consideração é O Reino de Deus Está em Vós.
Trata-se de uma obra criada após a sua conversão ao cristianismo ensinado e vivido por Jesus. Após meditar demoradamente na doutrina cristã ortodoxa a que se vinculara, por não concordar com a opressão que exercia sobre o povo sofredor da Rússia, pelo luxo e apoio ao poder do czar Nicolau II, leu, em grego, os originais do Evangelho e encontrou Jesus, Aquele que realmente modificara a ética da humanidade para o amor sem limites.
Renunciou à sua posição de nobreza, da condição de conde, e passou a cultivar as próprias terras, com os humildes e esfaimados trabalhadores, vivendo de maneira equivalente.
Escreveu uma carta longa ao czar, pondo-se contrário à pena de morte e às injustiças praticadas pelas suas forças armadas do exército e polícia, vaticinando que, se ele persistisse na crueldade contra as massas, não fugiria à lei divina. Mais tarde, a sua previsão tornou-se realidade durante a revolução de 1917, que o retirou do poder, enviou-o ao exílio e o fuzilou, bem como à família real.
Causou um tremendo escândalo a sua dedicação a Jesus na simplicidade do evangelho, havendo sido responsável pela mudança de comportamento para melhor de incontáveis criaturas.
Estimulou Gandhi, enviando-lhe o livro, e ele começou a notável campanha da não violência que, por sua vez, influenciou Martin Luther King Jr. na libertação do seu povo. O exemplo, mais do que as palavras, é o que vale. Nestes dias tumultuosos, se desejamos mudar o mundo, mudemos nossa conduta, especialmente aqueles que nos dizemos cristãos.
Divaldo Franco escreve quinta-feira, quinzenalmente.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 25-02-2016
Achou interessante? Passe um e-mail ou ligue para os  nºs  abaixo e comente, isso é muito importante para a permanência da coluna no referido jornal.
Central Telefônica: (71) 3340-8500
Redação:   (71) 3340 – 8800
Email – opiniao@grupoatarde.com.br

Mais sobre Divaldo Franco:




sábado, 20 de fevereiro de 2016

NAVIO NEGREIRO - Mensagem do espírito José do Patrocínio por Adeilson Salles


NAVIO NEGREIRO

            A Terra para alguns assemelha-se a um “navio negreiro” transportando em seu seio os escravos do egoísmo em noite tempestuosa.


            Suspensa no espaço, essa nau segue seu curso através dos oceanos da galáxia.

            Na intimidade da nau, carga viva se deblatera ante as marés transformadoras, que balançam o navio para que o despertamento das almas se dê através das lutas redentoras.

            Choro e ranger de dentes ecoam por todo orbe como despertadores benditos para que os surdos do espírito possam acordar das paixões que os acrisolam.

            Grande parte da mole humana prefere se manter no porão da nau terrena, não obstante, Jesus, o Timoneiro de Deus, venha acenando com seu astrolábio amoroso ofertando a rota renovadora do Evangelho.

            Os escravos desses tempos não são coagidos pela força exterior através do braço do mais forte.

            A senzala está localizada na intimidade do coração humano.

            O tronco em que o homem se compraz é o do orgulho.

            O espírito escravizado não tem correntes a prender-lhe pés e mãos, impedindo-o de ganhar a liberdade, pois é dentro de si que a luta abolicionista acontece.



            As chagas que ferem a alma são abertas pela ignorância humana acerca do sentido verdadeiro da vida.

            As chibatadas que vergastam e dilaceram o corpo físico, em forma de enfermidades, não são castigos impingidos pelo “Senhor do Engenho”, mas o resultado da semeadura realizada em tempos transatos.

            Os tempos escravagistas da modernidade revelam a cultura hedonista, que escraviza mais e mais as mentes incautas.

            O pelourinho de hoje é o sexo desenfreado e a cultura exagerada ao corpo, pois que a criatura humana se expõe voluntariamente de todas as formas possíveis.

            Jesus, o abolicionista das nossas almas, nos pede esforço próprio para a libertação anelada e necessária.

            O legado do Cristo: A cada um será dado conforme as suas obras – revela que o homem se liberta ou se escraviza às paixões que cultiva, por escolha própria.

            Bendito seja o Consolador Prometido, que nos afasta da sanha da culpa perante a vida, para nos outorgar o archote da responsabilidade pela Doutrina dos Espíritos.

            A Terra é a nau bendita que transporta os filhos de Deus em processo evolutivo.

            Para alguns a vida na Terra é cativeiro, para outros é portal libertador.

            Não somos cativos da vida, somos escravos das escolhas realizadas.

            Já estivemos em outras naus planetárias, já navegamos em outros oceanos escolares.

            A bússola libertadora é o evangelho, e é preciso seguir a direção apontada para o amor.

            A escravidão é voluntária, a caridade é a chave que escancara as portas da senzala emocional onde grande multidão se acrisola.

            Já raiou a liberdade no horizonte das nossas vidas, mas para contemplá-la e vivenciá-la é preciso amar.

            Allan Kardec é o abolicionista da razão, pois O Livro dos Espíritos é a grande carta de alforria.

            A morte morreu, o medo não escraviza mais, a imortalidade é a verdadeira expressão da liberdade para o espírito imortal.

            Já raiou a nova aurora para os nossos corações, mas urge que trabalhemos na construção da liberdade interior.

            Renovemos, pois, as nossas esperanças sem descanso, a obra precisa ser realizada.
            O Senhor das nossas vidas é Jesus.

            Segue conosco, Compassivo Timoneiro, e acalma o mar bravio das nossas imperfeições.

            Diante das dores que nos fazem soçobrar, pede ao mar da nossa ignorância que se acalme, a fim de caminharmos sob as águas turbulentas, como o fez Pedro.

            Acalma a ventania das paixões que nos envilecem egoisticamente.

            Misericórdia, Timoneiro de Deus, pois desejamos abandonar o porão das trevas humanas para estar contigo sob as estrelas da esperança, no convés da nau do Seu Evangelho Redentor.





José do Patrocínio




por Adeilson Salles