domingo, 28 de junho de 2015

CONFIANÇA EM DEUS - DIVALDO FRANCO





Diante dos aberrantes comportamentos de cidadãos que pareciam irrepreensíveis na conduta moral, seja na administração do país, tanto quanto em grandes empresas comerciais e esportivas, não podemos ocultar os sentimentos de desconfiança e preocupação que a quase todos os brasileiros nos assaltam. A criminalidade atinge índices jamais previstos, fruto espúrio da miséria socioeconômica e moral, pela falta de escolas, de assistência hospitalar, de trabalho, de recreação, com excesso de tempo para os jovens, que é malbarato na violência, causando-nos horror.

O medo de ser a próxima vítima toma conta de cada um de nós, que vive a guerra não declarada dos assaltos e dos homicídios chocantes pela perversidade, fazendo que modifiquemos os hábitos que adquirimos com o direito de ir e vir agora interrompido pelo terrorismo urbano. Nesse quadro de desrespeito total aos valores éticos, o cristão pergunta-se como agiria Jesus se estivesse convivendo conosco neste terrível contexto? E a resposta seria a mesma que Ele deu ao fariseu que o interrogou com desfaçatez, tentando embaraçá-lo, quando Ele se referiu aos nossos deveres para com o próximo, interrogando-o: E quem é o meu próximo?

Com sabedoria exemplar, Ele narrou-lhe a Parábola do bom samaritano, que socorreu um judeu que lhe era inimigo, e fora desprezado por um sacerdote e um levita, auxiliando-o na estrada em que estava abandonado após ser assaltado, oferecendo-lhe socorro imediato e responsabilizando-se pelas despesas na hospedaria para onde o levou. Outra não pode ser a nossa atitude diante dos assaltantes e criminosos que enxameiam na sociedade, fazendo a melhor parte e confiando em Deus, trabalhando pelo retorno da dignidade e da honradez aos arraiais humanos. Apenas comentar o mal não é atitude saudável. Que, nesse báratro aparvalhante, não percamos a confiança em Deus, mantendo-nos honrados apesar dos exemplos degradantes que temos diante de nós.

Artigo de Divaldo Franco publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião em 19-06-2015.
Divaldo Franco escreve na quinta-feira, quinzenalmente.
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sábado, 27 de junho de 2015

A MORTE E OS JOVENS



            Assistindo à comoção das pessoas com a morte do jovem artista, Cristiano Araújo, resolvi refletir no tema – a morte e os jovens – e decidi redigir o resultado das minhas reflexões à luz da Doutrina Espírita.
Ela sempre surpreende seja qual for a idade.
            Acontecimento natural em um mundo como a Terra, a morte é vista pela grande maioria por fato injusto.
            A vida na Terra pode ser comparada a uma viagem muito especial para a evolução espiritual do ser e, verdadeiramente, é isso que acontece.
            Desembarcamos aqui pela bênção da reencarnação, sem bagagem alguma, trazendo apenas o coração como mochila, carregado de esperanças e com o aprendizado de vidas passadas.
            À medida que crescemos, nosso deslumbramento aumenta e passamos a acreditar que somos daqui e que viemos para ficar.
            Nosso orgulho ancestral vai se mostrando e criamos grande confusão, imaginando que os bens e conquistas materiais sejam de nossa propriedade.
            Na idade juvenil, o corpo, estuante de energias, alimenta a crença de que nada pode acontecer aos jovens, pois a ordem natural das coisas é que os mais velhos partam primeiro e os jovens depois.
            Galera, não existe ordem natural para a morte acontecer.
            A morte não pede certidão de nascimento para verificar o tempo de vida do ser humano.
            O Espiritismo vem detonar a ideia da morte, pois a vida continua, mas acima de tudo, a doutrina dos imortais vem nos pedir mais responsabilidade com a vida.
            A imprensa diz: “Se ele e a namorada estivessem utilizando cinto de segurança, teriam sobrevivido”.
            Quem é que pode afirmar o contrário?
            Imagino que as montadoras de automóveis, após horas intermináveis de testes, batendo carros em muro, não instalaram cintos de segurança na parte de trás dos automóveis por simples adereço e enfeite.
            A colocação acima é apenas para a nossa reflexão, pois a vida é um bem precioso e nós ainda agimos de maneira descuidada com esse presente.
            Quando a morte vem, não dá tempo de apanhar as roupas, diplomas e outras conquistas, sejam elas quais forem, a gente apenas parte.
            Está no coração tudo que pode ser amealhado nessa e em outras vidas.
            Muitos jovens vivem como se nada fosse lhes acontecer, e por isso muitos morrem de maneira inconsequente.
            Para os que ficam, a dor profunda é a herança.
            Sabemos que existe vida depois da morte, está aí a mediunidade para nos mostrar, e ainda todo legado que o Espiritismo vem ofertando à humanidade.
            Quando estamos encarnados, parece que uma névoa nos confunde a razão, entorpecendo nosso senso de realidade.
            Essa névoa é a ilusão, e é na idade juvenil, que essa realidade é mais palpável.
            É preciso saber viver, tratando a vida como o bem mais precioso que Deus nos ofertou.
            Quando a morte nos emocionar pela partida de uma pessoa pública ou não, devemos refletir acerca do momento da nossa própria partida, isso certamente nos dará senso de humildade para valorizar esse bem precioso.
            Encher a mochila do nosso coração de conquistas e alegrias espirituais é a nossa meta.
            Amar as pessoas, fazer o bem, aproveitar as oportunidades é a essência da vida.
            A morte acompanha nossos passos a cada dia de vida, não para impedir nossa felicidade, mas para dar mais gosto a cada vitória, a cada sonho realizado.
            O que nos falta na verdade é aceitar que estamos de passagem por esse mundo, e que não existe ordem cronológica para a partida.
            Chico Xavier afirmava de maneira sábia:
            Escapamos da morte quantas vezes for preciso, mas da vida nunca nos livraremos.
            Cuide da sua vida física como uma flor delicada, evite os vícios e toda sorte de imprudência que a ilusão do mundo traz.
            Carregue na mochila do seu coração sentimentos leves e gratidão, para que na hora da partida, seja em qualquer idade, nada possa impedir seus passos ligeiros em direção a Deus.
            Valeu!!!

            Adeilson Salles