A LANTERNA
O coração do
jovem é um templo sagrado onde habitam sonhos e aspirações das mais felizes.
Também é no
período juvenil, que o véu dos encantamentos vai sendo descerrado e a vida vai
surgindo com toda força da realidade e com a carga de problemas do mundo.
Os jovens
que ansiavam por crescer logo e tornarem-se adultos, gradativamente vão
sentindo o peso dos compromissos aos quais são convocados.
A força da
educação recebida em família vai sendo confrontada com os conceitos nascidos da
alma do próprio jovem, que já viveu outras vezes.
Ele percebe
o mundo a sua volta e o sente da sua maneira, de acordo com seu estágio
evolutivo.
As
reminiscências de vidas passadas afloram como hábitos e preferências naturais, e
o jovem não se dá conta de como acontece, acreditando que tudo que pensa é o
resultado dos poucos anos da sua idade física.
Sua visão é
toda própria e única.
Nesse
momento as comparações são inevitáveis.
O jovem
percebe que os pais, apesar de serem muito amados, não são seres perfeitos e
muito do que pedem aos filhos também não conseguem realizar.
As
influências externas, somadas as experiências internas do espírito imortal
promovem um redemoinho de dúvidas e inquietações.
É nesse
momento grave, que as informações preciosas do Espiritismo podem fazer a
diferença e mudar o curso das coisas dando mais sentido à vida.
Quando mudei
de endereço, ou seja, quando mudei de dimensão tive muita dificuldade para me
situar.
Embora já
tivesse recebido algumas luzes no ambiente familiar eu fiz como muitos, ouvi,
mas não apreendi como deveria.
Em algum
momento sempre ouvimos algo sobre morte, vida após a morte, Jesus, caridade,
mas quem é que quer saber?
Mas, de
repente, você está morto, quero dizer, morto aí e vivo aqui.
A morte
brusca, em pleno gozo das energias juvenis é bem complicada e eu fiquei
atordoado por algum tempo.
Meu corpo
físico gozava de pleno vigor e saúde.
Com o tempo
aprendi, que os laços que me prendiam a vida física estavam bem apertados.
Não sai do
corpo por meios naturais, fui expulso de forma violenta e aqueles laços
apertados que me prendiam a matéria se romperam bruscamente.
É como se
você caísse em um país estrangeiro onde a língua e os costumes fossem todos
diferentes.
Você fala,
mas ninguém presta atenção ou entende o que você diz.
Você quer
tocar nas coisas e não toca mais, quer abraçar as pessoas e não consegue
abraçar mais, sua voz ecoa no espaço silencioso da sua própria alma.
Eu sentia
vontade de fazer xixi, de comer, tinha sede e outras necessidades mais.
A princípio
o mais complicado foi lidar com as mesmas necessidades humanas, as vontades do
corpo.
Chega uma
hora que a única saída é chorar, então a gente chora e não é pouco.
As coisas da
alma eu também fui aprendendo vagarosamente como lidar.
Por vezes,
chegava perto dos corações queridos, quase podia tocá-los, mas não conseguia me
fazer ouvir, por mais que falasse ou gritasse.
Mas, ouvir
eu ouvia, e também sentia suas angustias e desespero.
Fazia um
esforço danado para ser visto, ouvido e nada.
Com ao
passar dos dias tinha a impressão de estar sujo, com falta de banho, e o pior,
sentindo as dores que o acidente produziu.
Por que
volto a falar nesse assunto mais uma vez, passados mais de quarenta anos da
minha morte física?
Porque meu
coração sente-se triste com o número de jovens que chegam aqui desse lado da
vida sem o mínimo conhecimento da vida espiritual.
Ter
conhecimento espírita não nos livra da perturbação espiritual, que todos
experimentam quando desencarnam, mas é um recurso a mais para o despertar.
Vamos
exemplificar assim: o conhecimento
espírita funciona como uma lanterna, quando ficamos na escuridão da nossa
ignorância. De repente a vida física se apaga e tateamos no mundo novo em busca
de algo palpável, é nessa hora que podemos acender a lanterna do conhecimento
espírita.
Os jovens chegam aqui e permanecem no escuro como crianças assustadas,
quando falta energia elétrica em casa.
Gritam
apavorados e desesperam-se com a realidade da vida espiritual.
Nesse
contexto o jovem espírita tem um papel a cumprir, que é levar a seus pares
juvenis a boa nova do Cristianismo redivivo.
Quando
encarnados e jovens queremos crescer para ganhar liberdade e isso implica em
responsabilidade.
Se existe
algo que une a dimensão daqui e a daí é a responsabilidade que devemos ter com
a vida.
Tudo que
fazemos ou falamos tem consequência nos dois lados da vida.
Jovem, não
tenha pressa de vir para cá, curta sua vida e aproveite tudo que tens aí, mas
com muita responsabilidade.
Busque o
conhecimento das coisas espirituais isso não lhe garantirá perfeição, mas pense
em obter uma lanterna para o dia em que faltar luz em sua vida.
Vai na fé,
vai no bem!
O difícil é fazer com que a juventude compreenda isto...
ResponderExcluirÓtimos os livros de Luís Serio
ResponderExcluirConcordo que o mais difícil é fazer os jovens compreendam isto...
ResponderExcluirQue Deus conseda uma lanterna a cada jovem aqui nesta vida terrena.
ResponderExcluirQue Deus conseda uma lanterna a cada jovem aqui nesta vida terrena.
ResponderExcluirLuiz Sergio querido sempre ajudando nossos jovens....
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