Aqui replicamos um lindo texto de nosso autor Rossandro Klinjey em homenagem ao dia internacional da mulher, confira e ilumine-se!
"O que seria definir alguém, quando percebemos que isso por si só reduz a gama de expressão de um ser, em toda sua complexidade e possibilidade. Ao mesmo tempo, caso ainda assim queiramos ousar definir, o quem vem a ser o feminino, qual acepção seria certa? Como não pecar por estereótipos como: doçura, beleza, subserviência, sexualidade, compaixão, ou também força, ambição, destemor, grandeza, altivez… Quando estaríamos certos ou errados? O que é patente é que sobre a mulher se lança tantas expectativas, tantas exigências que qualquer tentativa de alcançar todos esses papéis levaria a loucura.
A verdade é que se colocam padrões ou metas para as meninas, obrigando-as a preencher esses critérios, de forma implícita ou explícita. Mas, quem faz essas escolhas e como se encaixar nessas formas? Vale a pena? Qual o custo de encaixar-se e ser “aceita” ou ser você mesma e ser “rejeitada”?
E mais, a construção de uma identidade é individual ou coletiva? Essa é uma discussão presente nas ciências do comportamento, que sem dúvida nos leva a uma grande verdade: jamais uma única variável dará conta de definir um fenômeno tão complexo. Por isso, não há como negar que qualquer experiência pessoal, por mais rica e única, acontece em meio a um ambiente histórico e cultural do qual não podemos fugir. Ainda assim, constatar tal influência do ambiente não anula a forma singular como cada ser e, no caso, cada mulher vive sua vida, de tal modo que qualquer definição deve levar em consideração que ser mulher é fruto de uma visão de mundo inclusiva, na intersecção de múltiplos elementos e possibilidades, e que se expande sempre, mesmo que uns não queiram, mesmo que se tente sabotá-las.
Por conseguinte, a mulher não pode estar presa às muitas pressões da família, dos amigos, dos companheiros e da sociedade que tentam transformá-la numa figura idealizada. Quando as mulheres tentam atender a todos esses papéis, desenvolvem uma forte sensação de inadequação e de incapacidade, pois ninguém atingirá o ideal.
Definições são sempre perigosas, pois não levam em consideração as particularidades de cada ser, de cada mulher, de tal modo que ela jamais expressará todo seu potencial e plenitude, se tentar alcançar os padrões que lhes são impostos. Será bem mais viável e simples seguir a própria intuição, ouvindo a si mesma e ao seu coração, lembrando que todas têm seus próprios talentos, seu próprio conjunto de características individuais, que são uma espécie de bússola. Seguir o coração não é tarefa fácil, especialmente quando ele não se encaixa no molde do que a sociedade considera “feminino”. No entanto, é bem mais doloroso e destrutivo seguir o que os outros preconizam como sendo o correto, o desejável, o ideal, pois isso significa abrir mão de sua própria essência.
Hoje as mulheres estão mais confiantes e mais capazes, o que tem assustado alguns homens e instigado a outros. Elas escolhem o próprio futuro, definem metas, mas certamente muitas se veem presas entre o modelo das avós, no passado, ou, no presente, e nas expectativas futuras. Talvez por isso o significado do ser mulher seja, em muitos aspectos, ambíguo.
Sem definições sim, mas para que serviriam?
O SER MULHER encontra significado na doçura que as levam a ajudar e colaborar, mas também na força de suas próprias buscas e metas.
Sem definições, finalizo com uma só feliz constatação de que, cada vez mais, as mulheres deixam de se envergonhar por lutarem e conquistarem sua própria felicidade. Que tal conquista não compete com os filhos, maridos ou qualquer ou papel que desejem assumir, ao contrário, inspira a todos nós."
Rossandro Klinjey.
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