domingo, 29 de março de 2015

COMPORTAMENTO DIGNO - DIVALDO FRANCO



Ante a desenfreada violência que estruge em toda parte, os cristãos, verdadeiramente pacifista, interrogamos se é possível manter os postulados do Mestre galileu vivos em nossa conduta. Sob outro aspecto, a vulgaridade dos prazeres básicos, sexo desregrado, drogadição e vícios denominados sociais encontram-se com facilidade expostos à vivência abusiva em quase todos os segmentos da sociedade, convidando-nos à sua submissão, em reação à conduta ética e moralizadora que flui do Evangelho.
Multiplicam-se as derrocadas de pessoas aparentemente honradas que acumulam invejável patrimônio e, repentinamente, são apresentadas publicamente como corruptas, indignas das funções que exercem, embora mantenham-se como se nada lhes houvesse acontecido. Essas terríveis expressões da sombra, que Allan Kardec denominava com propriedade como as más inclinações, que são as nossas heranças ancestrais, ameaçando-nos a estrutura moral e os propósitos de uma existência honrada, exigindo permanente estado de vigilância e de oração.
Dir-se-á que o melhor é a vivência do prazer, ao invés do que denominam como castração religiosa, numa propaganda contínua e bela através dos veículos de comunicação de massa. Seria ideal, e merecia o desfrutar da luxúria, das viagens fantasiosas e faustosas, se a existência do física do ser humano não fosse tão breve, mesmo quando parece de longa duração. A morte, que a todos nos espreita, porém, ao invés de aniquilar-nos, conduz-nos a outras vibrações, nas quais a vida estua e cada qual desperta conforme foi arrebatado pela desencarnação.
É possível, sim, viver-se com dignidade cristã nestes dias tumultuosos, qual o fizeram os primeiros discípulos de Jesus, em pleno período de grandeza e logo decadência do Império Romano. Ademais, mesmo que a vida não continuasse após o túmulo, o significado existencial do ser inteligente é alcançar a plenitude conseguida mediante a consciência ilibada, nascida na conduta reta e nos sentimentos pacificados.

DIVALDO P. FRANCO

Artigo de Divaldo Franco publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 26-03-2015.
Divaldo Franco escreve quinta-feira, quinzenalmente.
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terça-feira, 24 de março de 2015

UM NOVO OLHAR



A vida é rica em oportunidades para quem se esforça para ter um novo olhar sobre os desafios diários.
            Dificuldades existem e sempre estarão presentes em nossa jornada pelo mundo.
            A diferença para os vencedores é justamente não se conformar com as velhas opiniões que existem acerca de tudo que acontece.
            O dinamismo da vida está justamente nas infinitas possibilidades de se fazer diferente.
            Um obstáculo sempre apresenta variantes para ser vencido, a depender do olhar da criatura desafiada.
            O estágio evolutivo de cada um é que determina o tamanho da montanha a ser transposta.
            Uma unha encravada para alguns é ferimento de morte, pois quando surge a dificuldade, os olhos ficam fixos no que há de pior naquele momento.
            Se em determinada situação faltam forças para transpor a dor e a dificuldade, é preciso recuar para poder enxergar o tamanho real do problema.
            E não adianta querer enxergar pelos olhos alheios, já que somos nós que devemos superar a situação.
            Podemos nos aconselhar, buscar forças e apoio para a luta, mas as grandes vitórias são aquelas obtidas sobre nós mesmos.
            Os obstáculos tiram-nos da inércia, somos obrigados a mudar algo em nós para que a vida se movimente fora de nós.
            Uma grande montanha exige mais esforço do alpinista, do mesmo modo que os grandes vícios e hábitos perniciosos exigem esforço bem maior, que acontece dentro de cada um.
            A grande vitória vem de dentro, do coração, da alma.
            Existem dores que precisam ser assimiladas, primeiramente, para depois serem vencidas.
            A alegria é imensa em nossa alma quando logramos conquista sobre as próprias limitações.
            É preciso fazer diferente, buscar um novo caminho, ter um novo olhar. Mudar a lente da alma, ver o mundo sob a perspectiva da esperança, da imensa oportunidade de poder sonhar e realizar. Evitar o desânimo, envidar esforços para traçar um novo caminho.
            Cada minuto carrega infinitas possibilidades de se refazer, recomeçar, retomar, reconstruir.
            É preciso se olhar mais adiante sempre, pois depois da madrugada sempre vem um novo dia.
            Para quem acredita, é possível tocar no amanhã que nasce a partir do nosso coração.
            Quando a situação mostrar-se complexa e difícil, lancemos mão do lema: sem queixas.
            Assim, fica mais fácil olhar adiante.
            Se escurecer, salpique de estrelas o céu das suas esperanças, com novas e renovadas atitudes.
            É possível mudar tudo, se tivermos um novo olhar.
            Abraços!

            Adeilson Salles
         É educador espírita e escritor. Publicou, pela Intelítera Editora, os livros: Jovens demais para morrer, Eletronaldo, Diário de um Fantasminha e Jesus e as crianças.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Celebração Inter-religiosa pela Paz



Ocorreu, na noite de 18 de março de 2015, a Celebração Inter-religiosa pela Paz, no Mosteiro de São Bento, em São Paulo.

Nesse evento de beleza ímpar, representantes de diversas religiões se uniram em um só local para celebrar, não a crença, não a individualidade, não a imposição de seus credos, mas sim a paz e a fé que os tornam iguais em seus ideais.


Judaísmo, Islamismo, Catolicismo, Igreja Presbiteriana Unida, Religião de Matriz Africana, Budismo Zen e Espírita Kardecista foram as religiões representadas e reunidas nessa ocasião, em que os líderes de cada uma deram as mãos, rompendo quaisquer barreiras imaginárias e em prol de um bem maior, buscado por todos: a paz no mundo.



Representando a religião Espírita Kardecista, tivemos o consagrado autor José Carlos De Lucca, que proferiu palavras de serenidade e de bom ânimo aos que lá estavam.

Em meio a preces e também a música, o recinto se tornou elevadíssimo em vibração, transformando-se em algo como que outra dimensão, asserenando o interior de cada um presente.




sábado, 21 de março de 2015

DIVALDO FRANCO - BANALIZAÇÃO DO CRIME
























Anteriormente, quando tomávamos conhecimento de alguma notícia chocante sobre homicídio, suicídio, suborno, indignidade de pessoas aparentemente respeitáveis, autoridades de qualquer jaez, éramos dominados pelo desencanto e, às vezes, pela compaixão. Nos últimos tempos, de tal forma os crimes hediondos se tornaram tão repetitivos e descritos nos seus detalhes mais escabrosos, em manchetes espalhafatosas e comentários perturbadores, que estão quase banalizados. Acostumamo-nos, cada dia, com os novos escândalos que diminuem de intensidade e levam ao esquecimento os anteriores, que nos haviam surpreendido de especial maneira, e já não causam tanto espanto nenhuma tragédia nem desgraça individual ou coletiva.

Os avanços tecnológicos das comunicações colocam-nos ao par de quase tudo que acontece no mundo, especialmente os fenômenos degradantes que deleitam grande parte da sociedade, dando ideia de que não mais há esperança de viver-se em harmonia e que os inúmeros séculos de evolução da ética, da cultura e da civilização foram inúteis. Predominam as infâmias e os horrores, enquanto ocorrem, simultaneamente, milhares de ações que dignificam, que projetam a humanidade a patamares elevados, embora quase não comentados. É como se houvesse uma surda ou, talvez, declarada conspiração contra o bem e o amor, quais se fossem representação da pequenez, da covardia, de conflitos malcamuflados, que não merecem consideração.

O ser humano está destinado à conquista solar. Da brutalidade à sublimação, prossegue no rumo que lhe está traçado, embora os óbices daqueles que permanecem sob o impacto da natureza animal em detrimento da sua natureza espiritual. A vitória do amor é inevitável, por ser Deus a sua Fonte inexaurível. Permanecem na terra os heróis anônimos da misericórdia, que fomentam o progresso e oferecem a própria vida em favor do seu próximo, individualmente e em organizações humanitárias, quais a Cruz Vermelha e os Médicos Sem Fronteiras.

DIVALDO P. FRANCO

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 12-03-2015.

Divaldo Franco escreve quinta-feira, quinzenalmente.
Achou interessante? Passe um e-mail ou ligue para os números abaixo e comente, isso é muito importante para a permanência da coluna no referido jornal.
Central Telefônica: (71) 3340 - 8500
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quinta-feira, 12 de março de 2015

EDUCAR – SINÔNIMO DE AMAR



Nesses dias em que a mídia influencia de maneira contundente a formação de jovens e crianças, educar, mais do que nunca, tornou-se um grande desafio.

Os pais saem para trabalhar, e as crianças ficam tempo demais expostas às informações, nem sempre adequadas, que fomentam o consumismo e a falta de valores éticos.

A escassez de referências positivas para o público infantojuvenil é perturbadora.
Grande parte dos pais perde-se nas dificuldades de lidar com filhos muito inteligentes no aspecto intelectual, mas absolutamente frágeis em valores espirituais.

O sentido da vida é fundamentado nos prazeres e ilusões de toda ordem.
Os conflitos psicológicos manifestam-se como verdadeira pandemia gerada pela ignorância do real objetivo da existência.

A permissividade liberada anuncia o fracasso de uma geração de educadores que não têm força moral junto aos filhos para dizer um simples “não”.

Nos dias de hoje, a maior preocupação dos pais é a formação acadêmica dos filhos, nada mais justo, mas será que o diploma universitário é garantia de felicidade?

Testemunhamos, diariamente, as mais desagradáveis situações em que suicídios acontecem entre médicos, cientistas, advogados e até mesmo entre psicólogos, o que evidencia o vazio existencial da criatura humana.

A formação intelectual é importante, todavia, não garante a tão propalada felicidade.
O Espiritismo chegou ao mundo tal qual o Consolador prometido por Jesus, não para propor a salvação, mas como a maior proposta de educação para o espírito imortal.

A Doutrina Espírita vem propor ao homem moderno a educação dos seus sentimentos, o conhecimento de si mesmo.

Há muitos séculos, o espírito encarna e desencarna, carregando em si a falsa ideia de culpa ínsita em seu psiquismo, pelas teologias dominantes.

O Consolador prometido veio pôr fim à culpa e instaurar a era da responsabilidade; não existem culpados, porém, somos todos responsáveis.

O véu da ignorância foi rompido, e a educação moderna necessita das lentes novas, aquelas que contemplam o ser integral.

Sob as luzes do Espiritismo, um pai não pode mais enxergar o filho pela idade cronológica de seu corpo físico.

Um filho, educado dentro da proposta pedagógica espírita, terá nova compreensão do que representa uma família.
A formação acadêmica seguirá com seu justo valor, mas a educação espiritual é aquela que dá sentido à vida, aquela que oferece a base sólida na qual os profissionais de amanhã sedimentarão seus labores.

Inteligência sem moral é força sem direção.

Necessitamos de duas asas para migrar em direção ao horizonte da nossa redenção – a asa espiritual, que dá formação cristã e direcionamento ao nosso voo, e a asa da intelectualidade, que nos sustenta nos voos migratórios pelo mundo material.

O Espiritismo, pedagogicamente adequado às nossas crianças e jovens, é profilaxia contra o suicídio e os vícios.

Na resposta à questão 914 de O Livro dos Espíritos, o Espírito da Verdade nos esclarece acerca da importância do conhecimento das verdades espirituais:
            Estando o egoísmo fundado no interesse pessoal, parece difícil extirpá-lo inteiramente do coração do homem. Chegaremos a isso?       — À medida que os homens se esclarecem sobre as coisas espirituais, dão menos valor às materiais; em seguida, é necessário reformar as instituições humanas, que o entretêm e excitam. Isso depende da educação.

            Educar é sinônimo de amar!

Quando a luz da realidade espiritual ilumina os escaninhos escuros da nossa ignorância, o olhar sobre a educação nunca mais é o mesmo.

Um filho não é um corpo.
Um corpo é o uniforme escolar, que o espírito utiliza para estudar na escola da vida.
Uma educação amorosa não é permissiva, impõe limites, delega responsabilidades.
Educar com autoridade amorosa é não se utilizar do autoritarismo que agride, aquele que adjetiva o filho negativamente, que o compara ao filho dos outros.

O Espiritismo propõe a educação do espírito imortal, consoante o evangelho de Jesus.
Crianças e jovens não aceitam a catequização, a formatação de suas mentes, mas anseiam por uma proposta educativa, que lhes traga limites e fomente o desabrochar das suas potencialidades espirituais.

Em sua passagem pelo mundo, Jesus respeitou o tempo de cada coração, não impôs o evangelho, pelo contrário, propôs sua instauração em nossa alma pelo amadurecimento espiritual de cada um.
Educar com amor é como regar diariamente a sementinha que irá germinar no tempo certo.
Ao educador cabe a rega sem desânimo, e seja qual for o tempo da germinação, a semente deve encontrar condições favoráveis para o seu crescimento.
Até que um dia a planta cresça viçosa e dê flores e frutos perfumados, tornando o mundo mais bonito.
           
 Educar é sinônimo de amar!
           
 Adeilson Salles

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segunda-feira, 9 de março de 2015

Diga-me o que lês e eu te direi com quem andas



Antigamente se dizia que o espírita que não se interessa pela leitura revela um sinal de que pode estar em má companhia espiritual. Há um fundo de verdade nesse pensamento, se considerarmos os benefícios que a leitura de um livro espírita propicia. Esclarecimento que liberta, consolo para a alma, suporte nos momentos difíceis, são luzes que emanam de suas páginas e nos banham a alma, elevando nossa vibração a um nível em que as más influências encontram dificuldade em alcançar.

É quase impossível conceber o Espiritismo sem o livro espírita, porque foi através da escrita que o labor silencioso e incansável do mestre de Lion, Allan Kardec, se revelou ao mundo e estabeleceu as bases da revelação dos espíritos sobre o maravilhoso desenrolar das existências no processo evolutivo da humanidade; foi onde Leon Denis, transbordando poesia em sua inspirada dissertação, enalteceu as potencialidades do ser humano como criação de um Deus perfeito em bondade e amor. Foi também nas páginas de um livro que André Luiz esculpiu as formas seguras de sua redenção, revelando detalhes de um mundo invisível cheio de surpresas; que Joana De Ângelis caminhou pelos escaninhos da alma para desvelar suas ilusões e acender a luz do evangelho sobre seus conflitos psicológicos; que Emmanuel transportou o bálsamo de suas mensagens para aliviar as feridas de tantos corações.

E para que a mensagem pudesse ser compreendida em sua forma prática e percebida dentro da vida cotidiana em qualquer tempo e tradição cultural, o Espiritismo adotou também a forma romanceada em sua divulgação. Com uma infinidade de títulos disponíveis, os romances espíritas encantam e esclarecem, inserindo o leitor, ou o estudante da doutrina espírita, em realidades com as quais ele se identifica, num processo gradativo e imperceptível de autoconhecimento.

Independente da forma de sua apresentação, após a leitura de um livro espírita, o resultado se expressa de forma invariável: trasformação. Não somos mais os mesmos que éramos antes de virar suas primeiras páginas, e nem conseguimos mais olhar o mundo da mesma forma. Incidir nos mesmos erros que antes passa a ser uma escolha, porque as pedras do caminho se mostram mais evidentes e possíveis de evitar.

Assim entendido, na próxima vez que você observar um irmão desfrutando da leitura de um livro espírita, você pode concluir sem receio de se enganar: ele certamente está em muito boa companhia.

Roberto Cabral 

Publicou, pela Intelítera Editora, o Best Seller O Violinista de Veneza.




Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 136. Para adquirir essa e outras edições, acesse o link: http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_virtuemart&Itemid=115