sexta-feira, 29 de maio de 2015
Os livros de José Carlos De Lucca estão entre os mais vendidos na Saraiva
Cinco livros do autor José Carlos De Lucca estão entre os mais vendidos na Saraiva na categoria Espiritualismo.
"O médico Jesus", "Socorro e Solução", "Alguém me tocou", "Minutos com Chico Xavier" e "Cura e libertação".
Saiba mais em www.intelítera.com.br.
Borboletas no jardim, um dos livros mais vendidos na Saraiva
Borboletas no jardim, romance do autor Valter dos Santos, está na lista dos mais vendidos da Saraiva, categoria Espiritualismo.
Para saber mais, acesse: www.intelitera.com.br
Borboletas no jardim, uma linda história de amor e espiritualidade.
Assista ao book trailer:
terça-feira, 26 de maio de 2015
MENSAGEM DO ESPÍRITO JERÔNIMO MENDONÇA POR JOSÉ CARLOS DE LUCCA
Hei, você que ainda se encontra na Terra, não
desdenhe dos dias seus. Não permita que o desânimo faça de você um derrotado
por antecipação. Viver é lutar contra as feras que ainda habitam o nosso mundo
íntimo. E tem horas que o "bicho-preguiça" parece tomar conta de nós.
Acorde para as suas forças internas, meu irmão, desperte para o gigante que
dorme em você. A dificuldade está apenas puxando para fora as forças que estão dormentes em você. Quando você julga que está no fim da linha, mas não desiste de seguir adiante, Deus abre novas estradas em seu caminho. Quando você se move no trabalho da superação das dificuldades, Deus move a alavanca do progresso em sua vida. Acorde e desperte para sua gloriosa missão na vida que é vencer a si mesmo!
segunda-feira, 25 de maio de 2015
DIVALDO FRANCO - DESAFIOS
Nunca antes o ser humano enfrentou tantos desafios quanto na atualidade. Os avanços tecnológicos e todas as comodidades, que possibilitam a facilidade de comunicação, a aquisição de conhecimentos complexos e refinados, não conseguiram tornar o ser humano mais pacífico e mais fraterno. Em alguns casos, deu-se exatamente o contrário, por estimular-lhe os valores negativos que permaneciam ocultos nos conflitos e que agora explodem com mais facilidade. As ambições tornaram-se-lhe maiores, as falsas necessidades impuseram-se como primordiais e a busca de distrações incessantes tem-no afastado dos deveres que devem viger na sua agenda de realizações.
Nesse báratro, a insatisfação e o vazio existencial assumem proporções imprevisíveis, dando lugar ao crescimento da violência de todo jaez, que ameaça as estruturas sociais, e da indiferença por si mesmo, assim como pela sociedade. O ego exorbita e o individualismo alucina. Quanto mais se tem, mais se deseja, numa sofreguidão sem precedentes, como se o significado da existência fosse o prazer, o divertimento, o gozo momentâneo, que não preenchem as necessidades emocionais da harmonia íntima.
Hipnotizado pela ilusão, transita na incessante busca das satisfações pessoais, sem qualquer respeito pelas lutas empreendidas pelo seu próximo, não se importando com os embaraços que tal comportamento propicia aos demais. Certamente há exceções valiosas, que são a esperança de um futuro melhor, com mais segurança e equilíbrio.
Não obstante essa correria desesperada para lugar nenhum, quando já não se acredita nos valores éticos-morais, vale a pena a permanência nos ideais de enobrecimento e de dignidade, que são alicerces para a estruturação da existência feliz. Os descalabros e escândalos, que se sucedem e desanimam aqueles que confiam no direito e no dever, são transitórios e assinalam o estágio de atraso espiritual em que ora transitamos, valendo porfiar no bem sem receio.
Artigo de Divaldo Franco publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 21-05-2015.
Divaldo Franco escreve quinta-feira, quinzenalmente.
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terça-feira, 19 de maio de 2015
O autor Valter dos Santos é destaque na Revista Cristã de Espiritismo
Valter dos Santos, jovem escritor brasileiro que fez
sucesso nos EUA e na Inglaterra com seu primeiro romance espírita, fala sobre
as dificuldades que passou após o desencarne de sua mãe, durante a infância, e
de seu novo livro – Borboletas no jardim
– publicado pela Intelítera Editora.
Você foi
entrevistado no dia 1º de Janeiro deste ano por Ana Maria Braga, no programa
Mais Você da Rede Globo e, em sua entrevista, você contou sobre a desencarnação
de sua mãe. Qual era a sua idade quando ela desencarnou?
Valter dos
Santos: Eu tinha apenas oito anos
de idade quando ela desencarnou. Minha mãe era jovem, tinha apenas trinta anos
e era também muito saudável e pegou todos nós de surpresa. Ficamos eu, meu pai,
que estava no último ano da faculdade de direito, e minha irmã, na época com
cinco anos de idade.
E como
ficou a sua vida e da sua família após a desencarnação dela?
Nossa vida mudou totalmente. Fomos dormir no domingo à
noite como uma família unida e feliz e acordamos na segunda-feira pela manhã
com a notícia de que mamãe estava em coma no hospital. Meu pai chegou contando
que no meio da noite ela levantou da cama sentindo uma dor de cabeça muito
forte. Ela foi ao chão e em seguida socorrida pelo meu pai. Foi então
descoberto que ela tinha um aneurisma que acabou se rompendo naquela noite. Ela
desencarnou após ficar quatro dias em coma. Foi tudo muito rápido, muito
brusco.
Com apenas oito anos de idade, eu me vi tendo que
cuidar da casa. Ajudava meu pai nas compras, ia ao banco pagar contas e também
cuidava de minha irmãzinha. Levava-a à escola e cheguei a frequentar reuniões
de pais e mestres. Acabei por tomar as rédeas da situação e cuidar da família.
Você conta
na entrevista que recebeu ajuda espiritual de sua mãe, já desencarnada, e do
seu avô. Como foram estas experiências?
Tive uma infância dura, sem muitas alegrias. Embora
meu pai, minha irmã e eu fôssemos unidos e nos amássemos muito, era como se
essa nuvem de tristeza devido à perda da minha mãe pairasse sempre pelo ar. Eu
sufoquei meus sentimentos, por muitos anos, pois pensava que não tinha o
direito de me sentir triste. Não podia expressar minha tristeza, pois entristeceria
meu pai e minha irmã ainda mais.
Meu pai casou-se novamente e foi, então, que, no final
da adolescência, toda essa tristeza acumulada durante anos, veio à tona e eu
caí em uma forte depressão. Não queria
mais sair de casa, não queria ver ninguém. Perdi a fé em Deus e só conseguia
pensar em pôr fim à minha vida. Tentei suicídio várias vezes. Algumas vezes
minha família presenciou e me socorreu e outras tentativas foram feitas sem que
ninguém ficasse sabendo.
Foi então que eu fiz um plano infalível para me
suicidar. Planejei tudo com muito cuidado e, foi na tarde de um sábado de
Carnaval, que eu coloquei meu plano em prática. Minha família tinha viajado e
só voltaria no final do feriado. Assim que vi o carro partir, eu tomei duas
garrafas de bebida alcoólica e muitos comprimidos de barbitúricos. Eu entrei em
coma e fiquei desacordado por vários dias. Quando acordei, no final da
terça-feira de Carnaval, eu estava na cama do meu pai. Ouvi a voz da minha mãe
e de um outro homem. Quando minha visão melhorou, eu vi então minha mãe e meu
avô, Benedito, que desencarnou no ano que eu nasci. Eles brilhavam muito. Tinham muita luz. Recordo-me
claramente quando minha mãe disse a ele: “Ele já está bem. Podemos ir.” Eu,
então, lembrei que minha mãe e meu avô, em espírito, estiveram ao meu lado
durante todos aqueles dias em que fiquei desacordado. Eles cuidaram de mim.
Quando eles se foram, eu imediatamente levantei da
cama e me ajoelhei no chão. Chorando, eu agradeci a Deus por ter me dado aquele
presente. Pedi perdão a Deus por aquele ato que cometi contra o presente que me
foi dado, o presente da vida.
Você está
curado da depressão?
Sim. Desde aquela noite, em que vi o espírito de minha
mãe e de meu avô, posso dizer que fui curado. Nunca mais tive um momento de
desespero em minha vida. Estou livre da depressão há mais de treze anos.
E como foi
que nasceu a história de escrever livros?
Eu sempre quis ser um escritor. Na infância lembro que
todas as minhas redações eram lidas pelas professoras em voz alta para toda a
classe e isso me deixava muito feliz. Meus colegas de turma esperavam ansiosos
para escutarem as minhas histórias. Escrevi algumas peças teatrais na adolescência
e contos, mas parei com a escrita quando mudei para Londres. Aqui, o começo de
vida é muito difícil, requer muito trabalho e, por isso, não encontrava tempo
para escrever.
Foi, então, que uma amiga inglesa perdeu sua mãe, vítima
de câncer. Ela ficou inconsolada. Muito triste e deprimida, pois eram muito
amigas. Eu quis muito ajudá-la e explicar a ela mais sobre o Espiritismo. Ensiná-la
que a vida nunca acaba.
Foi então que um dia me sentei na cafeteria ao lado do
apartamento onde moro e abri meu laptop. Em vez de entrar na internet, como é
habitual, eu abri o Word e comecei a escrever. Escrevi por mais de uma hora,
sem parar. Depois de muito escrever, me dei conta de que tinha escrito o
primeiro capítulo de um livro. Eu me dediquei a escrever aquele livro, em inglês,
para mostrar a ela, através de um romance espírita, que nós não morremos.
Aconteceu que eu acabei por publicar aquele livro nos
Estados Unidos e na Inglaterra e ele chegou a primeiro lugar em vendas em ambos
países.
Você está
lançando o seu segundo livro, o romance Borboletas
no jardim, fale um pouco sobre ele.
Meu primeiro romance tinha acabado de ser publicado
quando desembarquei em Miami para passar as férias. Ainda estava sob efeito da
alegria de ter publicado o livro na Europa e nos Estados Unidos. É o tipo de
entusiasmo que nos faz sentir como se fôssemos crianças novamente.
No dia seguinte, estava à beira da piscina quando meus
amigos da Inglaterra me mandaram uma mensagem de texto pelo celular. Era para
dizer que meu primeiro romance estava em primeiro lugar na lista de best-sellers do site de compras e vendas
norte-americano Amazon. Não consegui
acreditar. Fiquei muito feliz e também grato a Deus por aquela conquista.
No mesmo instante, me ajoelhei, fechei os olhos e
agradeci a Deus por aquela bênção. E pensei: “Senhor, se é de sua vontade que eu escreva outro romance, peço que me
envie inspiração”.
E não podia ter recebido mensagem mais direta de Deus.
Naquela noite, quando me deitei para dormir, tive a sensação de voltar no
tempo, mais precisamente para o século XV.
Você então teve uma
visão da vida passada de alguns personagens do livro, correto?
Sim. Assim que me deitei na cama, eu vi uma imagem.
Eram duas mulheres cavalgando rápido, fugindo de alguém ou de alguma coisa.
Senti que estavam com muito medo. Logo atrás vinham homens, também cavalgando com
rapidez, que logo as alcançaram, capturaram e torturaram de maneira horrível,
como descrevo mais adiante.
Quando a visão terminou, eu estava sentado na cama,
ensopado de suor. Senti na pele o medo e o desespero daquelas mulheres e todos
os detalhes da cena, até mesmo o vento que soprava entre as árvores. Era a
inspiração que eu havia pedido. Durante os dias que estive em Miami, deparei
com cavalos por toda parte: em propagandas de revistas, lojas de decoração e
até camisetas de pessoas na rua. Não tive dúvida: meu novo romance teria que
contar a história sobre as duas mulheres daquela visão.
Assim como
você, uma das personagens principais da história também perde a mãe quando
pequena.
Exatamente. A pequena Katie perde a mãe com apenas
cinco anos de idade. Pensei muito na minha irmã Luciana enquanto escrevia a
história de Katie. Qual a dor de uma criança de apenas cinco anos de idade ao
perder a mãe? Tive que viajar muito no meu passado e no pasado da minha irmã
para contar a história da pequena Katie.
Como foi
ter que reviver estas dores de sua infância para poder escrever o livro?
A verdade é que não foi fácil. A Katie passa por
muitos momentos difíceis na história, momentos que são muito pessoais para mim.
Muitos momentos pelos quais ela passa no livro, eu e minha irmã de alguma forma
também passamos. Muitas vezes, a emoção era tanta ao escrever, que lágrimas
escorriam de meus olhos sem parar.
Existem
outros temas muito pessoais a você no livro, correto?
Sim. Além da perda de uma mãe vivenciada por uma
criança, eu também falo de uma outra personagem, a jovem Rebecca, que sofre de
depressão e vivencia um problema muito triste, porém cada vez mais comum: a automutilação.
A Rebecca é uma jovem sem autoestima nenhuma. Sem amor
próprio e sem vontade de viver, ela comete em várias experiências de vida a automutilação.
Com essa personagem, eu tenho a oportunidade de falar com os jovens, explicar
um pouco sobre a depressão, suas causas e suas consequências, tanto no plano
material quanto no plano espiritual.
Todos os personagens têm um pouco do autor - ou o
autor tem um pouco de seus personagens. Só sei que em Borboletas no jardim existem muitas histórias pessoais que decidi
narrar e dividir com os leitores como forma de alerta e também aprendizado e
ensinamento.
No livro
fica claro que as borboletas são enviadas pela mãe de Katie para que ela se
alegre e sinta que está sendo cuidada. Quem são as suas borboletas, ou melhor,
quem foram as suas borboletas?
Eu, graças a Deus, tive muitas borboletas em minha
vida. Tive amigos maravilhosos que são como família para mim. Porém, eu digo
que uma das maiores e mais bonitas borboletas em minha vida é a minha irmãzinha
caçula, filha do segundo casamento de meu pai. Mariane chegou em nossas vidas
em um momento de muita tristeza. Eu estava no auge da minha depressão. Nossa
família estava conturbada. Lembro que no caminho de casa ao trabalho, eu parava
e ia até a igreja Católica de São Luiz Gonzaga, ali na Avenida Paulista, em São
Paulo, e pedia a Deus que me enviasse uma irmãzinha. Eu imaginava que quando
ela chegasse, nossas vidas melhorariam. Sabia que ela traria paz e harmonia a
nossa casa. Orei e pedi por ela por
muitos meses. Logo veio a notícia de que minha madrasta estava grávida e, nove
meses depois, ela nasceu, igualzinha à que eu tinha sonhado e muitas vezes
imaginado. Mariane trouxe consigo a paz e o brilho que faltava em nossas vidas.
Ela é, sem dúvida nenhuma, uma das mais lindas borboletas em minha vida.
Entrevista publicada na Revista Cristã de Espiritismo,
edição 138.
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segunda-feira, 11 de maio de 2015
UMA LIÇÃO DE RESPEITO - ANTONIO DEMARCHI
O
Chico sempre foi uma pessoa atenciosa e carinhosa para todos que batiam à sua
porta em busca de uma palavra de consolo e conforto espiritual. Atendia a todos
sem distinção, pois, além de ser uma pessoa humilde, era uma pessoa
extremamente educada e atenciosa, porque a dor da alma não tem classe social.
Infelizmente,
ainda existem pessoas que se acham superiores às demais. Fazem questão de
ostentar sua superioridade por meio de um diploma, de uma roupa mais
requintada, de sua posição social mais privilegiada, de um carro do último
tipo, de uma conta bancária recheada. Na presença de criaturas mais simples,
simplesmente as ignoram, porque se acham melhores que os demais, então, para
que perder tempo com simples miseráveis? Há pessoas que ainda pensam e agem assim,
infelizmente. A minoria, felizmente.
Com
o Chico era diferente: quando recebia a visita de pessoas mais simples da
periferia, era fácil verificar em sua fisionomia a expressão de carinho
especial e o respeito que dedicava àqueles irmãos em situação material menos
favorável. Os pobres e os simples de coração não tinham receio de procurar o
Chico, porque sabiam que não seriam desprezados, nem discriminados por aquele
homem que ostentava sempre um sorriso nos lábios, apesar dos problemas, e que
esquecia suas próprias dores para cuidar das dores do mundo!
Na
década de 1960, havia um rapaz que se tornara um frequentador assíduo do
Centro: seu nome era Jorge.
Jorge
era uma pessoa cuja idade cronológica não era compatível com sua idade mental.
Sempre sorrindo, trazia nos lábios o estigma de uma ferida crônica que sangrava
a cada sorriso.
Vivia
na periferia de Uberaba, andava descalço enfiado em roupas remendadas e
surradas. Muitas das pessoas que o conheciam riam e zombavam dele, mas o rapaz
não se importava, porque, em sua simplicidade, não tinha consciência da maldade
contida nos sorrisos de muitos. Talvez pela condição de pobreza e pela falta de
noção de higiene, apresentava dentes estragados e seu hálito às vezes chegava a
ser insuportável.
As
pessoas fugiam de Jorge. Os poucos que se dispunham a ajudá-lo estendiam a mão
à distância e se afastavam o mais rápido possível.
Entretanto,
apesar de sua simplicidade, Jorge era uma criatura de boa índole. Era educado e
sorria constantemente, exibindo um filete de sangue a escorrer por seus lábios
a cada sorriso.
Toda
vez que ia visitar o Chico, fazia questão de pegar a fila, na qual pessoas de
todos os quadrantes do país se encontravam em busca do conforto espiritual e de
uma palavra de consolo. Havia pessoas ricas, pobres, bem vestidas, outras mais
simples, algumas bacanas, outras mais modestas, mas cada qual com sua dor, com seu
problema, e o Chico dedicava a cada um o respeito e seu carinho tão peculiar.
Quando
o Jorge entrava na fila, verificava-se um pequeno tumulto: os que estavam à
frente se comprimiam, os que estavam atrás se distanciavam para não ficar
perto, formando uma pequena ilha. Jorge não se dava conta do que acontecia e,
por essa razão, sorria.
Algumas
pessoas reclamavam, outras resmungavam com a presença daquele jovem mal vestido
e, certamente, com algum odor menos agradável, de quem andou o dia todo e
transpirou muito.
Todavia,
quando o Chico olhava, todos sorriam. Queriam que Chico os visse sorrindo!
A
fila era sempre muito grande e as longas horas de espera eram verdadeiro
suplício para os impacientes, principalmente quando Jorge estava presente na fila
com suas roupas fedorentas e seu hálito desagradável. Se pudesse, Chico
dedicaria a cada um o tempo necessário para conversar, mas precisava ser rápido,
caridoso e objetivo, tendo sempre a palavra certa envolvida nas vibrações
amorosas de seu imenso coração. O atendimento durava um ou dois minutos, três
minutos nos casos mais complicados.
Todavia,
com o Jorge era diferente! Quando chegava a vez do jovem, o Chico se levantava
e o saudava com carinho:
—
Jorge! Que bom que você veio me ver!
O
rapaz exibia um largo e dolorido sorriso, e respondia:
—
Estava com saudades, Tio Chico!
—
Como vai a vida, Jorge? — perguntava Chico oferecendo um longo e apertado
abraço de boas-vindas ao visitante.
—
Ah, Tio Chico, a vida está uma beleza! — respondia o rapaz em sua simplicidade.
Sentavam-se,
e Chico, em evidente demonstração de carinho e respeito, ouvia atentamente
Jorge que soltava a taramela, tagarelando sem parar. Dizia que estava muito
feliz, falava do tempo, do calor, do frio, da chuva; contava da goteira em cima
de sua cama; que seu cachorro havia brigado com o cachorro do vizinho e que um
passarinho havia feito um ninho na cumeeira da casa. E o Chico ouvia com um
sorriso nos lábios. A conversa passava dos cinco minutos, às vezes, se
estendendo até dez minutos.
As
pessoas na fila ficavam impacientes, se remoíam, se coçavam, tossiam e alguns
sentiam até urticária. Porém, bastava o Chico estender um olhar para a fila que
todos sorriam...
Depois
do longo falatório, Chico se levantava e, com um largo sorriso, agradecia a
visita. Mas ainda havia algo a acrescentar a respeito do amigo. Chico se
voltava ao público e, talvez tendo visões de vidas passadas de Jorge, anunciava:
—
Pessoal, nosso querido Jorge é um poeta!
A
verdade é que, estimulado por Chico, Jorge havia rabiscado algumas rimas e,
sempre que podia, o generoso anfitrião o prestigiava:
—
Jorge, antes de ir embora, por favor, recite aquela poesia que mais gosto.
—
Qual, Tio Chico? — perguntava Jorge.
—
Aquela dos cabelos da menina.
—
Ah! Já sei qual é, Tio Chico.
E,
voltando-se para o público, Jorge estufava o peito e soltava a voz:
Menina
penteia os cabelos
Joga
as tranças na cacunda
Queira
Deus que não te leve
De
domingo pra segunda
As
pessoas riam muito, antevendo o final do suplício depois da longa espera. Antes
de ir embora, Chico abraçava mais uma vez o rapaz que, a meio palmo do nariz do
anfitrião, ainda dizia uma porção de palavras e em seguida tascava um beijo no
rosto do Chico, deixando lá estampada a marca rósea de sangue dos seus lábios.
Nos
anos em que Jorge frequentou o Centro, ninguém jamais viu o Chico fazer um
recuo instintivo ou limpar o rosto após a saída de Jorge.
É
isto que fico eu pensando aqui com meus botões: é fácil sermos educados,
usarmos de cortesia, gentilezas, atenção e respeito nas empresas diante de um
chefe, de um gerente, de um diretor, de uma autoridade, de uma celebridade, de
um bacana ou mesmo de pessoas do nosso nível social.
Todavia,
sermos condescendentes, educados, gentis, atenciosos e respeitosos para com
aquelas pessoas mais simples é muito difícil.
Esta
era a diferença do Chico.
Isso
que significa humildade como conquista espiritual, porque é espontânea e
natural.
Quantas
pessoas chegam ao trabalho e sequer se dignam a cumprimentar as pessoas mais
simples, como a faxineira, o porteiro ou mesmo a recepcionista, com um singelo
“bom dia”. São aquelas pessoas que se tornam “invisíveis”, porque há aquelas
que se julgam importantes, que passam rápido com o nariz empinado e sequer
notam sua existência.
Por
essa razão, sentimos saudades do Chico. Alguém poderia dizer: — Então, o Chico
era uma pessoa especial? Um enviado dos céus? Um espírito evoluído proveniente
das esferas mais elevadas? Um anjo encarnado na Terra?
Não, apenas Francisco
Xavier ou, como ele mesmo se autodenominava, “Cisco Xavier”!Texto extraído do livro Nas Bênçãos de Chico Xavier, do consagrado médium Antonio Demarchi.
Para
saber mais, acesse: http://intelitera.com.br/
À venda nas melhores
livrarias.
Antonio Demarchi
sexta-feira, 8 de maio de 2015
DIVALDO FRANCO RESPONDE: CIÚME É UMA DOENÇA?
Ciúme é motivo de separação, de
divórcio e de muita briga entre os casais. Isso é normal ou é uma doença?
Divaldo Franco:
Somente
através do amor, curamos o ciúme. As pessoas costumam dizer: “Em todo amor,
sempre há um pouco de ciúme!” É lindo, mas não é verdadeiro. Ciúme é um
fenômeno psicológico de insegurança. Quando falta autoestima, a pessoa não
acredita que alguém seja capaz de amá-la. Quando alguém a ama, ela duvida. E
fica sempre com medo de perder, porque acha que não merece. A insegurança
emocional gera o ciúme. Se estiver com uma pessoa mais bonita do que ela, se
der mais atenção a outrem, logo pensa que a vai perder, porque não está em
condições de ser amada por quem está ao seu lado. É um conflito de insegurança
psicológica.
Quando
alguém dispuser-se a amar, creia no amor, entregue-se-lhe. Se aparecer outro,
que gere traição, o problema não é seu. Se ele – o outro indivíduo, homem ou
mulher – o abandonar, pior para ele e não para você, porque aquele que abandona
é que se faz infeliz, não o abandonado. Assim mesmo, continue amando.
As
pessoas de natureza instável, amadas ou não, assim continuarão, porque são
doentes, portadoras de comportamentos mórbidos. Não são dignas de ser amadas,
apesar disso, cumpre-nos amá-las. Viver com ciúme, vigiar, estar com os olhos
para lá e para cá, torna-se um infortúnio, porque é sempre uma inquietação,
aguardando alguns momentos de prazer. O amor legítimo confia. Quando não há
essa tranquilidade, não é amor, mas desejo de posse, tormento. É um desvio de
comportamento afetivo.
Toda
vez que confiamos no outro, recebemos resposta equivalente, com as exceções
compreensíveis. Toda vez que vigiamos o ser amado, na primeira brecha que lhe
surge, quase sempre tomba no desvio... Isto porque ninguém pode amar vigiado,
escravizado, perseguido, controlado. O amor é uma bênção, não um castigo, não
uma forma de manipulação do outro.
Há
um caso, um pouco engraçado, mas que ilustra essa situação. O homem, quando
chegava ao escritório, telefonava para a esposa: "Bem, já cheguei..."
Momentos após, novamente: "Meu bem, estou saindo para o lanche..."
Mais tarde, outra vez: "Meu bem, estou voltando do lanche..." Por
fim: "Agora estou voltando para casa".
A
esposa, que era muito ciumenta, retribuía: "Estou de saída para as
compras... Eu voltei das compras..."
Esse
era um casal profundamente infeliz. Mas ele morreu. No velório entraram uma
senhora e uma criança, que se debruçaram sobre o caixão e choraram
demoradamente.
A
viúva, sensibilizada, perguntou a razão do seu pranto, sendo esclarecida que a
criança era filha do desencarnado, que mantinha um romance com ela...
Surpreendida
demasiadamente, perguntou com angústia:
─
Quando ele a visitava?!
E
a resposta foi imediata: "Na hora do lanche".
Ninguém
vigia os sentimentos dos outros. Os sentimentos devem ser honrados com a
confiança. Se o outro a deslustra, torna-se-lhe um problema. Daí, o ciúme ser
insegurança. Pratique sua autoestima quando for amado por alguém. Todos nós
temos conflitos e inseguranças, posto que ainda somos humanos.
Quando
algum confrade chega até mim e diz-me, por exemplo: “Eu estava doente e fiquei
bom, mas não mereço”. Eu respondo: “Merece, sem dúvida”. Se a pessoa insiste em
afirmar que não é credora desse merecimento em aparente humildade, sou
constrangido a informar: "Se você recebeu essa concessão do Senhor e não a
merece, Ele está sendo injusto em relação aos demais enfermos!".
Nessa
recuperação Deus está-lhe proporcionando uma chance, está lhe concedendo
misericórdia.
Eu,
quando experimento qualquer bênção, sempre digo: "Graças a Deus! Eu já
mereço a compaixão dos Céus". E esforço-me para corresponder com o
possível ao meu alcance.
Devemos
ter senso para medir nossos valores. Eu não espero que uma pessoa me diga que
eu estou bem para ficar bem. Eu estou
bem porque me sinto em harmonia.
Algumas
pessoas são capazes de fazer observações negativas que nos podem influenciar.
Nesses casos, a atitude só pode ser a mesma: buscar a autoestima.
Se
alguém me diz: "Estou achando-o muito mal", eu respondo com
delicadeza: "É, você está achando, mas não estou assim. Encontro-me muito
bem!”.
Não
nos deixemos conduzir com as opiniões diversificadas das demais pessoas. É
indispensável alcançar a autoconsciência. Então, mantenhamos a autoestima. Esse
comportamento é salutar, agradável.
Por
outro lado, evite aceitar a falsa compaixão, quando alguém lhe disser: "Coitado!".
Desperte
sempre amor, e não compaixão. Para o ciúme, portanto, o melhor medicamento é
amar mais e sempre.
Desde
já, mudemos a nossa paisagem interna da mesquinhez para adquirirmos esse estado
de plenitude chamado confiança.
Texto
do livro Divaldo Franco Reponde Vol. 2.
BOX - Volumes 1 e 2
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