segunda-feira, 23 de outubro de 2017

NOSSOS FILHOS DÃO SINAIS DO QUE SE PASSA EM SEUS CORAÇÕES, COMO PERCEBÊ-LOS?


Como falar da perplexidade, que toma de assalto nosso coração diante de um fato como esse? 


Nossas escolas, que supostamente seriam locais seguros, se tornam palco das piores manifestações do comportamento humano.


Ninguém vai dormir bem numa noite, e desperta com desejo de matar seu semelhante.


O fato, nesses dias em que muitos jovens se encontram a deriva de alguns valores básicos que lhes dê sentido a vida, é que estamos falhando como educadores.


Ninguém consegue sondar o coração e os sofrimentos íntimos de quem quer que seja.

A colocação que faço agora, não expressa a minha opinião pessoal, mas é o resultado do contato que tenho com muitos jovens por todo Brasil, nas escolas, públicas e particulares e nos centros espíritas, onde sou convidado a conversar com eles.

Cerca de setenta por cento dos jovens se queixam da ausência dos pais.

Não posso agir com leviandade, para fazer qualquer afirmação sobre o caso de Goiânia, todavia, esse caso é mais um alerta de que os pais precisam participar da vida dos filhos.

Não basta ser provedor para ser pai, é preciso dar amor.
É necessário se interessar pela vida dos nossos filhos.

Nenhum processo como esse é deflagrado da noite para o dia.

Nossos filhos dão sinais do que se passa na intimidade dos seus corações.

O comentário do jovem agressor, de que se inspirou em outras tragédias, para se vingar do colega de escola que o perseguia demonstra a força que os exemplos têm sobre a mente em formação.

Pais que adjetivam pejorativamente os filhos, que os comparam com os filhos de outras pessoas, que na concepção deles, são modelos de sucesso.

Com esse tipo de cobrança os genitores não se dão conta da lesão emocional que promovem na alma do educando.
Antes de tudo, educar é uma ação paciente e amorosa, por isso, precisamos ter olhos de ver, ouvidos de ouvir e coração para sentir a vida dos nossos filhos.

A situação dolorosa nos deixa um legado muito triste, por isso, precisamos participar intensamente da vida dos nossos filhos, numa relação de confiança e respeito mútuo desde a infância.
Vamos conversar mais e falar menos com nossos filhos, não para que nos tornemos amigos, mas primordialmente, para que sejamos pais, pais presentes.

Pais que digam não, que imponham limites, e que possam ouvir os gritos silenciosos da dor que lhes vai na alma, e que se manifesta sob forma de auto mutilações, vícios e agressividade.

Somos herdeiros da educação que promovemos na vida dos nossos filhos, não nos esqueçamos disso.
A sociedade aturdida perdeu o endereço da família, e com isso, perdeu também o endereço do coração dos nossos filhos.

Ninguém educa verdadeiramente, sem que a ação de educar passe pelo amor e pela presença constante na vida dessas joias que nos foram emprestadas por Deus.

Adeilson Salles


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