Muitas pessoas manifestam aguçada curiosidade em saber quem foram em existências passadas. Se fôssemos mais atentos, teríamos consciência de que seria melhor não questionar, nem saber. Basta fazer uma breve análise de nós mesmos, o que somos agora. Com certeza, no passado fomos um pouquinho mais imperfeitos. Além do mais, os bons espíritos nos alertam que o esquecimento temporário do espírito durante a reencarnação é providencial, porque muitos de nós não suportaríamos e certamente sucumbiríamos diante de revelações dos erros clamorosos que cometemos.
Por essa razão, o esquecimento é uma providência da misericórdia divina. (...)
* * *
Sempre que era questionado
nesse quesito, Chico procurava se esgueirar com simplicidade e bom humor. Tinha
sempre uma saída, na qual manifestava sua simplicidade e sua humildade, quando
alguém lhe perguntava quem havia sido em existências passadas:
— Ah, minha filha, quem sou
eu! — dizia com sua singeleza tão peculiar — Vocês é que são bondosas. Eu por
mim, nada sou. Do Francisco, sou apenas o Cisco.
Numa ocasião, um grupo de
senhoras de São Paulo, em visita ao médium em Pedro Leopoldo, adentrou essa
perigosa seara. Uma delas se vangloriou, dizendo:
— Chico, eu tive uma
revelação que, em um passado mais remoto, fui uma mártir do Cristianismo.
Outra não deixou por menos:
— Ah, Chico, eu também tive
uma grandiosa revelação: na época de Cristo, fiquei sabendo que eu era uma
cristã que orava nas catacumbas romanas, fui presa e morri nos espetáculos do
circo romano, devorada por um leão!
O médium sempre ficava em
silêncio com um sorriso nos lábios, possivelmente analisando as pessoas. Eram
sempre personalidades importantes do passado, ninguém se apresentava dizendo:
fui um carpinteiro, um lavrador, um humilde servidor. Eram sempre cabeças
coroadas pela vaidade!
Diante do silêncio do
médium, uma delas questionou:
— E, você, Chico, quem foi?
Então, com um sorriso,
Chico respondeu:
— Ah, minha irmã, eu não
fui ninguém. Acho que fui a pulga do leão que a devorou!
Ah, Chico, que saudades de
você! Em sua simplicidade, em sua humildade, tinha paciência para ouvir
corações aflitos, corações destroçados pela dor, almas desesperadas, criaturas
sem esperança e tantos outros, sem questionar, sem se aborrecer, oferecendo a
cada um palavras de amor, de conforto, de amizade, e de compreensão.
Estar ao lado do Chico era
uma oportunidade rara. Quem teve essa oportunidade e soube apreciar, sabe do
que estou falando.
Pena que muitas pessoas não
compreenderam isso!
Nas Bençãos de Chico Xavier por Antonio Demarchi
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